Maria Paula
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Re:Medidas e Metas para a Educação - 17/12/06 20:12
Caríssimos colegas participantes neste debate nacional sobre educação Sou mãe, encarregada de educação atenta e preocupada, de dois jovens de 15 e 16 anos que frequentam o 10º e 11º ano escolaridade no ensino oficial (fizeram-no desde o 1º ano do ensino básico). Gostaria de vos afirmar a minha enorme admiração pela dedicação e profissionalismo de alguns (muitos ) professores que acompanharam os meus filhos suas vidas escolares. Estou convencida , que muitos pais e mães deste país poderão dizer o mesmo, tal como estou convencida que uma grande percentagem dos pais acompanham preocupadamente o trajecto escolar dos seus filhos , tal como penso que os nossos alunos se esforçam alguns deles muitíssimo mais do que nós com as suas idades (estou à vontade na comparação porque sempre fui uma aluna responsável e com bom rendimento escolar). Gostaria de vos assegurar que vivo em Portugal e não sofro de qualquer patologia que interfira com a percepção da realidade que me rodeia. Sou uma fã do esforço, cultivo a exigência e admiro a disciplina. Tenho-me esforçado por transmitir aos meus filhos estes valores, tal como lhes tenho falado do perigo das generalizações e das “rótulos”. Não sou professora nem estou profissionalmente ligada de nenhum modo à pratica do ensino; sou “só” mãe, mas ouso pensar e falar de educação, e não gosto que o façam por mim. Desejo para os meus filhos o melhor. Exijo “qualidade” mas tenho a consciência que eles (mais, muito mais que nós!) dependem da “quantidade”. Não vivo obcecada com “professores fixes”, e desprezo a “balda”. Não vejo incompatibilidades entre disciplina e tolerância tal como me parece possível, ser “fixe” e ser competente simultaneamente. Vão-me desculpar a imodéstia, mas sinto-me capacitada a dar opinião sobre a maioria dos professores dos meus filhos. Assumo a parcialidade deste acto e acho absurdo que possa ser a base de uma avaliação da carreira de um docente, mas perdoem-me a arrogância: a opinião dos pais (e acrescento dos alunos) não pode servir para nada? Assisti algumas vezes a excelentes professores serem preteridos por outros, com melhores currículos de “tempo de serviço” e “experiência” (leia-se idade). Agrada-me a ideia da participação positiva dos pais (a negativa é mais susceptível de ser parcial ) na vida escolar e entristece-me a desconfiança com que sistematicamente pais e professores se olham. Como comecei por afirmar, tenho encontrado ao longo do percurso escolar dos meus filhos excelentes aliados que me têm ajudado muito, nesta difícil e gostosa tarefa que é educar. Sinto que todos saímos a ganhar desta união de esforços e não vejo razão para este sistemático esgrimir de argumentos. Trazer os pais à escola e ter neles um interlocutor privilegiado não traz nenhum mal ao mundo. Chamar os pais à escola para lhe aplicarmos multas não é a meu ver uma estratégia vocacionada ao sucesso. Os pais terem opinião sobre os professores dos seus filhos, assusta e cria reservas, a ideia dos professores serem avaliados por professores universitários, é sugerida e bem querida! Sem querer ofender susceptibilidades, e baseada na minha experiência académica numa das faculdades mais desejadas deste país, não vejo nos professores universitários competências pedagógicas excepcionais, acho mesmo que pedagogicamente teriam alguma coisa a aprender com os seus examinados (que me perdoem as excepções). Não precisamos de estar sempre de acordo, mas é importante, nesta caminhada, sabermos ouvir os nossos parceiros e confiarmos nas suas intenções para que possamos andar lado a lado e contribuir assim para sucesso dos nossos jovens. Um lamento final para a pouca participação dos pais (“só pais") neste fórum. Receio que se tenham deixado convencer que a educação é só para licenciados em ensino ou mestrados em educação. [size=4][/size]
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