Maria Goreti
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Re:Propostas "politicamente incorrectas"! - 04/11/06 00:11
Não vou propriamente responder ao colega, vou antes emitir, também, opiniões pessoais sobre os assuntos expostos.
A escolaridade obrigatória para além do 6º ano só é boa para quem está interessado, vou dar a minha opinião.
Concordo que é bom termos a escolaridade obrigatória, mas temos que reconhecer que ela só é uma medida boa para quem está disposto a trabalhar, e quer trabalhar (sem ser remunerado!). Sim, pois para mim a andar na escola é ter um trabalho, e duro! Se assim não fosse não existiria a profissão "Estudante"! Só que, como em todos os sectores de actividade, há os bons e os maus trabalhadores: nos sectores que não a escola, o patrão pode despedir o funcionário por não cumprimento de deveres profissionais, e na escola o que se faz? Adia-se o despedimento dos que não fazem nada, em prejuízo dos que querem fazer alguma coisa! Penso que só quem não quer ver é que ainda não descobriu que a escolaridade obrigatória prolongada só interessa a muito poucos (pais!), e a muitos dos que a querem nem sequer é para que os seus educandos trabalhem, mas para que estejam entretidos e à guarda de alguém, com uma agravante, mesmo que não trabalhem cobram no final, à escola, e aos professores.... querem falsos sucessos, querem doutores a qualquer custo, todos licenciados, todos com nota acima de 15 (desconhecem que são de 0 a 20).... E o sistema está a fazer-lhes a vontade! A escola está a vergar-se à mediocridade, à corrupção, à irresponsabilidade, está a dizer aos alunos "façam o que quiserem que passam de qualquer maneira! faltando ou não, sendo pontuais ou não, trabalhando ou não....." Não é para isso que apontam todas e mais algumas propostas de recuperação de alunos??? Os cursos de Educação e Formação tal como estão a ser ministrados?..... Para as estatisticas dizerem que temos um País de alta percentagem de escolarizados?
Poderá algum País vingar com uma educação não normativa???????? Onde cada um faz o que quer? Onde tudo é permitido? Onde se nivela por baixo, prejudicando o avanço dos bons e que querem fazer mais?
Pois.... Acabe-se com a escolaridade obrigatória para além do 6º ano, deixem os alunos que rompem as calças nos bancos da escola sem trabalhar (e não querem lá estar, e só perturbam os outros, não trabalham nem deixam trabalhar quem quer)ir iniciar uma aprendizagem pela vida prática. Se a escola cumprir a sua função, eles terão aprendido a ler, escrever e contar bem ( o que deve ser feito até ao 4º/6º ano) e depois...
Quantos pais não teriam mais sucesso na educação dos seus filhos se, logo que revelam desinteresse pela escola, os deixassem iniciar uma actividade? Em algumas escolas, obrigar os alunos a frequentar é abrir-lhes as portas de entrada na droga e outros vícios, na violência, na criminalidade... que o trabalho tão bem saberia fechar! Só o trabalho educa, e a escola só educará se for um local de trabalho, e neste momento não é!!!! (é para uma minoria!!!) Temos que chamar as coisas pelos nomes: escola permissiva, sem regras, sem estabelecer normas de conduta, onde cada qual faz o que quer, na hora que quer, onde ser assíduo e pontual caiu em desuso, não educa nem prepara para nada a não ser para a incompetência, irresponsabilidade, malandrice... não prepara para a vida! A vida vai ser muito dura para os actuais utilizadores das nossas escolas, pois ela não os prepara, e está a enganá-los, o que é mais grave!
Deixem os encarregados de educação que assim o entenderem colocar os seus educandos, que declaradamente nada dão na escola, a trabalhar (depois de aprenderem a ler, escrever e contar bem), a prender um ofício, uma arte pela vida prática...Teremos a certeza de que se um dia quiserem voltar à escola, a vão respeitar mais, e respeitar mais o trabalho dos outros. Durante o tempo que terão estado envolvidos em algum trabalho pelo menos aprenderam alguma coisa, e na escola não aprenderiam nada.
Crie-se um bom sistema de reconhecimento de competências adquiridas pela via prática e activa, e teremos técnicos, em vários ramos de actividade, muito mais capazes que qualquer aluno formado nos bancos da escola que é essencialmente teórica.
Já vou longa, voltarei um dia
Goreti
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