ASilva
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Re:Medidas e Metas para a Educação - 17/10/06 22:10
Boa noite a todos: Sendo esta a minha primeira intervenção, espero poder contribuir, de algum modo, para lançar alguma luz, na confusão em que se encontra o 1º CEB neste país: Começo por não perceber como são feitas as colocações de professores uma vez que professores do Quadro de Zona Pedagógica, não obtêm colocação nas primeiras fases de concurso, são colocados administrativamente em escolas, muitas vezes 5/6 professores em duas vagas, alguns deles recolocados em escolas onde trabalharam no ano anterior (o que era bom) para depois serem colocados em escolas, muitas vezes distantes, em vagas temporárias, sendo as vagas iniciais ocupadas por colegas contratados. Perde-se aqui muita da motivação dos professores do QDV e muita descrença na comunidade escolar. Depois, acontece, há já muitos anos, a total ausência de financiamento do estado para as necessidades básicas de funcionamento, que vão sendo, aqui e ali, supridas com o auxílio das autarquias, nas contribuições dos pais, com as actividades organizadas pela comunidade: rifas, leilões, feiras e outras actividades similares, para as quais, hoje em dia, a escola, principal interessada, não pode contribuir, pois estamos atados de pés e mãos pela regulamentação em vigor, ou, pelo menos pela interpretação que os órgãos de gestão fazem e impõem. Em terceiro lugar pela imposição limitativa de uma carga horária imposta sem apelo nem agravo, num nível de ensino em que, entendo, ser tão importante que as aprendizagens curriculares sejam as melhores possíveis, mas que as crianças possam ter uma evoluçaõ global efectiva. Como é possível termos uma hora por semana, com hora de início e termo definidas e dia certo para se ensinar Formação Cívica? Durante uma hora, formulamos regras sociais, promovemos preocupações de solidariedade e outras formas? E durante o resto da semana, não aproveitamos os diversos factos que nos permitiriam situar esta formação na realidade, porque, temos 2h de Matemática no horário da turma? Com todas estas imposições, das quais não temos qualquer possibilidade de sair, como nos podemos candidatar ao Galardão de Professor Inovador? Todos temos os mesmos horário (diferente da mesma carga horária), os mesmos livros, os mesmos procedimentos administrativos (registos, registos e mais registos) o mesmo Projecto Curricular, que na prática, qause sempre são as transcrições do Programa e das competências definidas? Como podemos ter algum sucesso se não podemos reter um aluno (muitas vezes matriculado com pouco mais de 5 anos, ainda sem as competências mínimas necessárias para ter sucesso na aprendizagem) no final do 1º Ano e se propusermos a retenção noutro dos anos seguintes (2º e 3º) o aluno tem de continuar agregado à turma original? Será pela "violência" da separação dos colegas? Então e se o aluno for retido no 4º Ano , esta violência deixa de existir? Neste caso o aluno não acompanha os colegas no 5º Ano, mas fica, noutra turma de 4º Ano? Será que em mais algum nível de ensino existem estas particularidades? Só espero que alguém de bom senso, pense que crianças de 6,7,8 anos não façam esta pergunta num futuro muito próximo: Professor, Pai, Srª Ministra, quando é que posso brincar um bocadinho?
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