re:colocação de professores |  forum
 
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Colocação de Professores - 11/10/06 16:10 Uma das críticas que tenho feito junto do ME reside na gravidade da
situação da colocação de professores de educação física (sem preparação
pedagógico e didáctica para o efeito) nos lugares que deveriam ser ocupados por prfessores do 1º ciclo.E são muitos os que ultrapassaram os professores do 1º ciclo, deixando estes no desemprego. Fala-se muito da impreparação dos professores e consentem-se coisas como esta.
Mais valia acabar com os cursos de formação inicial de prof.s do Ensino
Básico-1º ciclo.
Mas esta questão não se reporta apenas aos prof.s de edcuação física. Isto acontece também com os professores do 2º ciclo, com variantes, sem formação básica para o ensino da propedêutica da leitura e da escrita ou até da matemática...
Parece-me um abuso tremendo a que os sindicatos não se referem por todos
serem sindicalizados, certamente, mas que é um erro crasso a que o
Ministério tem dado cobertura.
Penso que os prof.s do 1º ciclo deveriam ter sempre prioridade na colocação nas escolas e lugares docentes do 1ºciclo propriamente dito.

Egídio Manuel Fialho Santos
Prof. do 1º ciclo
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Re:Colocação de Professores - 20/10/06 16:10 Senhora ministra da educação,gostaria que me respondesse a algumas perguntas para matar a minha curiosidade:
1-Quantas vezes teve que deixar família, marido e filhos durante um,2 ou mais anos para ter trabalho?
2- Quantas vezes teve que andar de malas às costas a trocar de casa de mês a mês, ou de ano a ano?
3- Quantas vezes quis comprar um presente para os seus filhos e teve que contar os tostões?
4- Quantas vezes ganhou 1000 euros e com as despesas de alojamento,alimentação e transporte(por estar longe de casa)chegou ao fim do mês a contar os cêntimos?
5- Quantas vezes, longe de casa, numa das ilhas a trabalhar, atendeu a chamada do seu filho a implorar que voltasse a casa?
6- Quantas vezes quis voltar a casa e não tinha voo?
7- Quantas vezes chegou ao fim do dia cheia de dores de cabeça, por passar o dia a ouvir os gritos e a falta de educação de muitas crianças?
8- Quantas vezes acordou de noite e sem ter a companhia da sua família, sem poder abraçar os seus filhos, ou espreitá-los para ver se estão bem?
Agora, em conclusão,será que a senhora ministra aguentaria dois meses numa vida sem família, sem segurança económica,sem estabilidade emocional, para fazer aquilo que mais ama?
Será que deixaria a sua vida para viver sozinha e sem qualquer reconhecimento?
Por isto, deixo-lhe uma sugestão: Antes de falar sobre algo que desconhece, venha trabalhar durante apenas dois meses, numa escola problematica, longe de toda a sua familia, a ganhar 1000 e a ter despesas de deslocação e alojamento que sejam metade do que ganha. Só assim poderá falar com conhecimento de causa. É muito bonito, quando se ganha bem e se tem a família, aí, as desgraças dos outros passam-nos ao lado.lembre-se q enquanto alguns comem caviar, há outros a contar os tostões para dar um pão ao seu filho.... se alguma vez teve coração, leia as perguntas e pense se conseguiria aguentar numa vida como esta. Sinto-me revoltada por esta solidão que me mata cada ano que tenho q esquecer a ideia de ter uma família unida e estável, porque tenho q ue trabalhar longe dos que mais amo.

Item editado por: mariamatos, em: PM/10/20 20:10
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Re:Colocação de Professores - 26/10/06 17:10 Muto se tem falado acerca da polemica entre os professores e a actual Ministra da Educação...ou melhor...de qualquer Ministro da Educação desde há bastantes anos. Acredito que a posição de uma pessoa nesta função, sobretudo quando tem de enfrentar uma grande crise económica e social não deve ser fácil. Agradar a gregos e troianos ainda pior.

Não é de hoje a guerra das colocações. Não é de hoje a dificuldade em se encontrar vaga no estatal (ou particular) para se leccionar em qualquer nível de ensino. Por isso eu, Educadora de Infancia com alguma sorte inicial me cinjo a trabalhar numa IPSS desde há 13 anos, ganhando actualmente 800 euros líquidos, um mês de férias e algumas dificuldades quando tenho que faltar. Foi sorte porque tive oportunidade de exercer a minha profissão. Depois...tornou-se uma opção. É um facto que o amor à profissão e a possibilidade de ter alguma estabilidade em termos profissionais é, para mim, uma mais-valia. Mas acreditem que 800 euros ao fim do mês, com 35 horas semanais de trabalho no activo não são fáceis.

Estranho ouvir tanta gente jovem a queixar-se de não ter emprego como professor quando se sabe de antemão que, hoje em dia, tal como em outras profissões, as vagas são pouquissimas. Não me parece que isso seja culpa de qualquer ministro de educação. Depois, pergunto-me: se é assim tão mau trabalhar no Estado porque é que este continua a ser uma opção tão procurada? Quase como se fosse o máximo que se pode desejar?...Não percebo...

Acho que, às vezes, as dificuldades são relativas...

Compreendo, apesar de tudo, o drama das colocações: penso que seria muito bom deixar estas a cargo das autarquias, fazê-las a um nível mais restrito, não a nível nacional. Não seria o primeiro pais onde isso se faz.

Quanto às opções mais rígidas tomadas por esta ou qualquer outro ministro no seu cargo são, por vezes, necessárias. Talvez não todas, talves em alguns casos não sejam préticas mas, para quem tem filhos a estudar numa escola estatal e vê frequentemente as faltas de alguns professores isso não é assim tão descabido. Toda a gente sabe que há muitas fraudes e isso tem que ser parado. Pena para os bons profissionais que se vêem injustiçados sem razão. Pena para todos aqueles que se esforçam verdadeiramente. Mas...sejamos sérios e coloquemo-nos um pouco tambem na posição de um ministro que tem que ver ambos os lados da situação...acredito que não deve ser fácil..
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