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Re:Aprendizagem ao Longo da Vida e Desafios do Emprego - 05/01/07 20:01 4.3 - … proporcionar a todos melhor aprendizagem ao longo da vida?

No JN de ontem, dia 04-01-07, lia-se a dada altura em letras gordas “Voltar à universidade depois dos 55 anos”. Trata-se então de um Programa de Estudos Universitários para Seniores (PEUS) preparado pela universidade do Porto. A duração é de três anos e as aulas terão lugar nas instalações do campo alegre da Faculdade de Letras (FLUP).
Ora aqui está um bom exemplo a seguir certamente por outras faculdades e instituições de ensino. Voltar à faculdade depois dos 55 anos para aí completar a sua cultura depois de ter tirado há muito tempo uma licenciatura! E digo cultura porque as disciplinas são: - A Geografia, a História, a Sociologia, o Património, a Literatura e a Língua da Invicta, portanto, um 1º ano maioritariamente à descoberta do Porto. Até Fevereiro de 2008 complementa-se o curso com Ciências, Psicologia. Saúde, Comunicação, Inglês, Conversação e Informática. Para o segundo ano parte-se da época das civilizações clássicas (História), ao som da Poesia de Pessoa (Literatura) nas “cadeiras” de Cultura, Direito, Astronomia, Sociologia, Francês, Espanhol e Arquitectura e por aí fora para além das visitas de estudo, pesquisas de campo e aulas em diferentes locais da cidade, até porque “nunca é tarde para aprender a aprender”.
Só que, como já disse, é para licenciados e custa € 900,00 por ano. É, portanto, bastante elitista considerando que um licenciado é suposto estar no auge da sua carreira aos 55 anos. Logo, como se sabe, estará muito mais preocupado com a carteira e a carreira do que com a cultura. Mas quem manda pode e o resto são tretas para deitar fora! Mas mais uma vez os menos abonados e com apenas o 12º ano feito e ou os que têm frequência da faculdade são excluídos embora haja já outras faculdades também para seniores. No meu entender torna-se necessário abranger outras faixas da sociedade que possam precisar e ou até querer cultivar-se quiçá independentemente da idade para os cursos se tornarem mais rentáveis e abrangentes e até mais acessíveis em termos de propinas. Julgo que toda a sociedade se deveria movimentar no sentido de se proporcionar aos cidadãos de todas as idades e formações um determinado grau de uma nova aprendizagem em função das suas possibilidades intelectuais e ou potenciais! É, assim, necessário que se organize uma espécie de movimento cujo objectivo será levar a formação e cultura a todo o cidadão chamando-o de novo às escolas e à faculdade! Quem se ficou pelo 9º ano deveria ter hipótese de frequentar escolas nocturnas para terminar e ou atingir o 11º /12º. Para pessoas que apenas tenham ficado pelo 11º/12º e ou frequência da faculdade também deveria haver universidades que dessem aulas nocturnas que não colidissem com os horários dos seus empregos. Neste caso poderia até haver uma espécie de ano propedêutico para nivelar e preparar os alunos para o real plano de estudos superiores a realizar organizados pelas respectivas faculdades.
Entretanto para os alunos que saem das escolas apenas com o 9º ano talvez fosse muito bom, antes de atingirem a maioridade, que pudessem ingressar em cursos de dois anos no máximo, quiçá gratuitos, onde aprendessem por exemplo, culinária, artes artesanais e florais, manuseamento do barro e diversos metais, costura com alguma abrangência, metalúrgica, canalização, carpintaria e até, porque não, construção civil, reparação de automóveis, agricultura, alfaiataria, cabeleireiro, contabilidade e economia caseira, etc.
Para os que terminaram o 11º e quisessem ingressar no mundo do trabalho poderia também haver cursos rápidos de dois ou três anos como por exemplo, geriatria, mestre de construção civil que salvo erro até já existe ou existiu, pintura e escultura, restauradores de antiguidades e de pintura, informática, contabilidade e economia básicas, etc. Qualquer que fosse o nível de ensino completo haveria sempre uma saída para se fazerem especialistas e não apenas pessoas que para além das matérias dadas no ensino oficial, nada sabem fazer em termos práticos quer tenham só o 9º, quer tenham o11º/12º anos! Uns deveriam ser gratuitos, outros com propinas a pagar pelos mais abonados e gratuitos para os mais desfavorecidos. Dentro de pouco tempo teríamos um povo mais cultivado e se calhar mais motivado para a produtividade do que aos magotes nos jardins a jogar a sueca discutindo todo o santo dia apenas futebol!
Não sei como estamos em termos de cursos para adultos fazerem pelo menos o 4º ano e, por último, deveria haver cursos de formação para a vida quotidiana para reformados com o objectivo de os tornar mais autónomos, menos solitários, de adquirirem a capacidade de cozinhar, costurar, tratar de plantas, noções de nutrição, enfim, noções muito diversas que lhes permitissem prevenir algumas doenças, lidar com a sua sexualidade menos vigorosa, etc. A ideia seria proporcionar-lhes uma cultura básica e prática gerais que os tirasse dos bancos dos jardins ou, repito, do jogo da sueca o dia todo! Ensiná-los a repensar a sua vida e aí captar até entre os mais válidos voluntários para várias coisas. Muita gente depois de abandonar os estudos, ficar meses sem conta desempregado e mesmo depois de encontrar emprego precário e mal pago lembra-se de continuar a estudar! Julgo, pois, que as portas das escolas e faculdades deveriam manter-se abertas para essas pessoas poderem corrigir erros de abandono precoce do ensino! Seria bom essas pessoas sentirem-se acolhidas depois de ter percebido que sempre é melhor estudar do que ter sido um burro carregado de livros!
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Aprendizagem ao Longo da Vida e Desafios do Emprego
antoniofigueiredo 24/07/06 17:07
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sequeira 27/12/06 22:12
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sequeira 05/01/07 20:01
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sequeira 07/01/07 18:01