re:medidas e metas para a educação |  forum
 
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Re:Medidas e Metas para a Educação - 03/01/07 00:01 Este será certamente o meu último contributo para este debate que considero deveras importante e que, a meu ver, deveria ter contado com uma participação massiva. Parece-me que tal não foi inteiramente conseguido até porque de há uma grande temporada para cá deixou de ser publicitado na TV através da qual fui eu próprio motivado! Ainda faltam alguns dias para o termo do debate pelo que me atrevo a sugerir a quem de direito tentasse de novo a publicidade na TV.
A propósito deste debate tenho em meu poder um recorte do JN de 22-08-04, domingo. Trata-se de uma entrevista dada pelo Bastonário da Ordem dos Engenheiros, Fernando Santo, ao jornalista J. A. Sousa que lhe deu o título – Engenheiros-Bastonário contra o excesso de cursos de Engenharia (310) nas universidades portuguesas- seguindo-se-lhe o verdadeiro título em letras enormes “HÁ EM PORTUGAL UMA CULTURA DO FACILITISMO” … esclarecendo-se mais além no texto onde… no acesso às escolas. Mais diz que as notas dos exames de acesso às faculdades apenas contam 30% para a média global. E porque assim é, as famílias com maiores recursos (ver caixa) recorrem ao ensino privado nessa etapa prévia ao ensino superior. Conseguir notas mais altas, com o objectivo claro de entrar numa universidade pública, é o fito. E isto porque o mercado dá maior e justo (?) reconhecimento a quem se forma nelas. Aqueles que são mais exigente e que fazem um maior esforço acabam por ser prejudicados. Dos 310 cursos de engenharia apenas 97 estão acreditados pela Ordem dos Engenheiros. Assim, os engenheiros destes cursos entram na Ordem sem exame de admissão e os outros têm que se sujeitar a um exame na Ordem. E o que é que acontece na prática? Enquanto o sector privado acaba por escolher os alunos muitas vezes em função da escola de origem, quando chegamos à Função Pública ou às Câmaras, as notas geralmente são um dos elementos fundamentais para a admissão. Isto significa que há licenciados em engenharia a produzir actos de engenharia que o Estado não exige sejam feitos por membros da OE, ao contrário dos empregadores privados. Entretanto, na tal caixa atrás referida que tem o título “Alunos com posses têm mais hipóteses no ensino público” diz-se:
-Serão afinal as universidades privadas mais frequentadas por alunos provindos de famílias com maiores recursos? “Consta é que nas universidades públicas acabam por estar muitos mais alunos de famílias com mais recursos, e que nas privadas acontece o inverso”, responde Fernando Santo. E explica: “As famílias que têm mais poder económico podem pagar os colégios, onde parece ser mais fácil obter melhores notas, e por conseguinte aumentar a probabilidade de esses alunos entrarem para as universidades públicas… Os outros saem prejudicados mesmo tendo melhores qualidades como alunos, e acabam, como última alternativa, por ter de ir para as privadas. Ora esta é uma inversão total do sistema, baseado numa forma de vender facilidades”. Dar a volta a este estado de coisas poderia passar por “alterar o peso das médias” e verificar a qualidade do ensino. NOS ANOS 60, PARA ENTRAR PARA O IST, A FASQUIA ERA DE 14 VALORES E NÃO DE 9,5, aponta o bastonário.

Ora aqui está um assunto premente que terá a ver com medidas e metas e com o que já afirmei algures sobre a exigência do ensino antes do 25 de Abril. Por outro lado, não há dúvida que é um sistema invertido, deturpado, quiçá desonesto, que atira os alunos economicamente mais fracos para as privadas onde pagam fortunas. Os seus pais, para além disso, pagam dos seus impostos também para os do público lá andarem a pagar uma ninharia comparativamente e na hora da verdade, a das candidaturas a emprego, ainda por cima os ricos do público são os preferidos!?!? Quem pode achar isto justo e correcto? Nestes casos, que se devem estender a universidades de outras áreas do conhecimento, há que terminar de uma vez por todas com esta espécie de vigarice legal acabando com a possibilidade de se subverter o acesso ao ensino superior público dando-se tacitamente mais probabilidades de entrar aos alunos ricos dadas as notas conseguidas nos colégios particulares! Depois haverá que se exigir às privadas ensino capaz leccionado por verdadeiros doutorados (não os fraudulentos aprovados nas suas teses por não doutorados) de tal modo que o mundo do trabalho deixe de ter razões fundadas para preferir os formados no ensino superior público! Afinal a igualdade de acesso ao ensino superior está totalmente deturpada e os menos abonados continuam em pé de inferioridade face aos que vão para o público de Jeep e ou BMW. Urge, pois, repor a justiça e a igualdade de oportunidades seja lá como for!
Espero que este debate para o qual humildemente e com saber limitado tenho tentado contribuir positiva e construtivamente venha a servir muito de base para uma melhoria substancial da qualidade do ensino em Portugal a todos os níveis. Faço sinceramente votos para que o meu neto ou minha neta, que espero Deus me conceda, venha a ter a possibilidade de frequentar um ensino renovado, mais justo e eficaz, de modo a tornar-se um cidadão capaz, produtivo, disciplinado e disciplinador, responsável, honesto, de princípios e valores éticos e morais!
Para terminar acho que a educação e a formação dos cidadãos são responsabilidade de toda a sociedade e não somente do Estado e ou dos professores incluindo todos os meios de comunicação, rádio, TV, Internet, etc. Contudo, não me venham dizer que educar é uma função essencialmente exclusiva dos pais! Dizer isso é, no meu entender, quase uma sacanice sem tamanho! Também é, mas não só! Primeiro foi a sociedade boa ou má que educou e formou os pais melhor ou pior! Segundo, a sociedade não tem dado aos pais uma grande parte dos conhecimentos que eles precisam muito de ter para poderem exercer a sua função de educadores de forma competente e eficaz! Terceiro, para se lhes poder exigir muito mais então teremos muito que intervir em sua protecção junto dos empregadores, temos que lhe dar apoios sociais e salários à altura, habitação condigna, chorudos prémios por cabeça de filho, como na Alemanha, permitir até que um dos pais (mulher ou homem) fique em casa com um salário decente previamente estipulado exclusivamente para cuidar dos filhos até uma certa idade como se faz em alguns países! Em quarto e último lugar, haverá que organizar cursos gratuitos, mas obrigatórios, para futuros pais que seriam exigidos como condição sine qua non para se casarem e ou receberem o abono de família, os prémios por cabeça de filho e outras ajudas pecuniárias pontuais! Depois de tudo isto conseguido então sim responsabilizemos muito mais os pais.
Todos sabemos que o apoio à paternidade é miserável só faltando dizer-se que o movimento contra a despenalização do aborto é um meio de apoio à maternidade eficaz e verdadeiramente responsável em termos de futuro para o ser humano vindouro que crescerá num mundo cão sabe Deus como e para vir a ser o quê na sociedade!
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Medidas e Metas para a Educação
Margarida Pires 09/06/06 00:06
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ruis 13/06/06 23:06
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Quiron 17/06/06 21:06
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map 22/06/06 09:06
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Margarida Pires 22/06/06 22:06
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movalente 05/07/06 23:07
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Miguel Costa 23/10/06 10:10
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JPFerreira 29/11/06 19:11
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abelarez 18/06/06 13:06
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ruis 20/06/06 00:06
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ikhm0001 25/06/06 22:06
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Marcelo Teixeira 10/10/06 21:10
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sequeira 03/01/07 00:01
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Naifer 17/10/06 20:10
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ASilva 17/10/06 22:10
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James 21/10/06 21:10
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rutra 27/10/06 18:10
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Quiron 28/10/06 12:10
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Manuel Ferreira 14/11/06 15:11
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Miguel L. M. 25/11/06 18:11
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Maria Paula 17/12/06 20:12
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sequeira 09/01/07 21:01
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B_L 11/12/06 18:12
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Precioso 12/12/06 22:12
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sequeira 28/12/06 21:12
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isabelazinhais 21/01/07 19:01