Rita Tavares
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Re:Escolas, Professores e Outros Profissionais - 25/11/06 10:11
(Às vezes tenho “saudades” da monarquia: pelo menos os reis tinham conselheiros, para não cometerem injustiças e atrocidades!) Terá o CNE sido chamado para emitir algum parecer sobre o novo Estatuto da Carreira Docente? Onde estão estutos que fundamentem as opções do governo? Por muito respeito que possa ter pelos nossos governantes, há coisas que me deixam estupefacta. Como podem defender, por exemplo, que o apoio à família seja dar mais horas às educadoras para que elas estejam com os meninos, quando qualquer país civilizado dá a opção à família para ficar mais tempo com os filhos? Como poderão os professores partilhar e trocar experiências sabendo que vão ser avaliados e que, aqueles a quem cederam o seu material, lhes poderão passar à frente? A partir de agora será “Cada um por si e Deus por todos”. Mas nem é isso o que mais me preocupa, pois não está no meu horizonte próximo… Não sou contra a escola a tempo inteiro mas não percebo porque têm os professores do 1º ciclo que ficar nas escolas a fazer os trabalhos de casa (ou outros) com a sua turma. Ainda se fosse dar apoio a um pequeno grupo … mas à turma inteira? Qual será a diferença entre componente lectiva e não lectiva? Onde estão os animadores culturais? Não há dinheiro para a educação? Os professores sempre ensinaram dentro das 25 horas semanais com algum esforço, porque têm agora de ser castigados, trabalhando mais horas? Não saberão os nossos governantes que os professores têm as mais altas taxas de doenças do foro nervoso/psiquiátrico??? Não saberão que a maior parte dos professores é obrigado a percorrer grandes distâncias e que, com as novas exigências, passa quase 11 horas longe de casa? Isto é humano? Como estou a tentar sintetizar, passo adiante. Como podem os nossos governantes defender que a componente não lectiva surja misturada com a componente lectiva? Não saberão eles que após o intervalo da tarde, depois de passarem o dia em actividades, os alunos estão cansados e já não vão ter rendimento nenhum na componente lectiva? Porque não investigaram o que se passa nos outros países que já têm a escola a tempo inteiro há mais tempo? E se já existiam Centros de ATL não era mais fácil financiar as crianças necessitadas para que também elas acedessem aos referidos centros? Ou então… enfim, não vale a pena levantar hipóteses, ninguém pediu a minha colaboração.
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