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Re:Multiculturalidade e sucesso - 04/11/06 13:11
A pluricultura é um fenómeno naturalmente herdado pela nossa nação, ou como política e correctamente se diz, pela nacionalidade portuguesa. Não é pois demais referir que a multiculturalidade é um fenónemo recente de discussão (com pouco mais que uma década).
A escola da igualdade, a escola multicultural ou, como eu prefiro intercultural, como conceito e concepção operacionalizável está bem indiciada no relatório da CRSE (creio ser assim a sigla).
A concepção radica-se na apologia da igualdade de participação em direitos e actos cívicos, uma noção que reconhecemos e praticamos. A ESCOLA MULTICULTURAL é aquela onde se valorizam, respeitam e integram os conhecimentos e axiologias diferentes e próprias de cada cultura, de cada indivíduo ou de cada criança. No primeiro correspondente é referido um caso curioso, onde alegadamente a sua filha deu o direito de participar em pé de igualdade a outra criança numa actividade escolar aberta à comunidade. Mas não deixando de louvar o descrito, seria mais benéfico se uma característica do Natal típico de outro país/cultura se fizesse representar nessa actividade escolar aberta à comunidade. Isso sim seria integrar a diferença cultural, fazê-la respeitar, representá-la e reconhecê-la na comunidade como característica/diferença cultural legítima.
Podemos imaginar os casos e consequências desta decisão mas a verdade é que Primeiro estranha-se, depois entranha-se. A integração social é o pretendido, assim como a cívica. E o que cabe à Escola é ensinar que há direitos e deveres, sendo os primeiros consequência dos últimos. Direitos cívicos correspondem a deveres cívicos numa relação evidente de causalidade. O sucesso educativo é um resultado de um esforço, não algo dado.
Na Escola o fim do paternalismo, tão bem aqui referido, ocorrerá com o estímulo dos apoios educativos e sociais, fomentando a igualdade de condições, e não - o que infelizmente se vem realizando nas escolas desde alguma data - promovendo resultados iguais. Na realidade o fim deste tipo de paternalismo é a resposta mais fácil à gerência de incapacidades tão bem patentes no nosso cada vez mais triste Sistema Educativo.
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