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Algumas medidas básicas - 11/10/06 10:10 1. Repor o ensino da gramática desde o 1º ciclo do básico e mantê-lo pelo menos até ao fim do 3º. Refiro-me á gramática tradicional, normativa, destinada a formar bons utilizadores da língua e não a formar futuros professores de Linguística.
2. Fazer os alunos decorar a tabuada (até à «do nove») no primeiro ciclo do básico. Fazê-los decorar a tabuada até à «do dezanove» no 2º ciclo.
3. Permitir as máquinas de calcular só quando os alunos fossem perfeitamente capazes de efectuar (mentalmente ou com papel e lápis) os cálculos que se fazem com elas.
4. Instituir provas de entrada em todos os ciclos de modo a que nenhum analfabeto funcional transitasse de ciclo.
5. Privilegiar o texto literário desde o 1º ciclo. Levar os alunos a aprender poemas de cor.
6. Permitir a fundação duma Ordem dos Professores que articulasse uma deontologia profissional, protegesse os seus membros contra ordens ou regulamentos patronais que pudessem violar essa deontologia, e certificasse habilitações, metodologias e manuais. A medida que agora se prepara de fazer cwertificar os manuais por uma comissaõ de nomeação ministerial não augura nada de bom: o que vai ser certificado é a conformidade dos manuais à pedagogia delirante actualmente em vigor.
7.Extinção, ou redução drástica, da burocracia do Ministério da Educação e das suas dependências, tanto no que toca o númwero de funcionários como no que toca os seus poderes e compet~encias. Fazer os professores regressar às escolas.
8. Rever toda a legislação sobre educação e ensino com vista à eliminação da maior parte, permitindo assim uma efectiva autonomia às escolas.
9. Reforçar significativamente o poder disciplinar dos professores e desburocratizar radicalmente os processos. As garantias de defesa ficariam para a fase de recurso (como já se faz para as infracções de trânsito).
10.Responsabilizar os encarregados de educação, através de coimas, pelo comportamento dos seus educandos na escola e pela sua assiduidade.
11. Não permitir que nenhum aluno se matricule no secundário a nenhuma disciplina a que não tenha obtido aproveitamento no básico.
12. Tornar o ensino da música obrigatório em todas as escolas. para formar músicos profissionais há os conservatórios, mas ningu~em devia terminar o 3º ciclo do básico sem tocar um instrumento musical ao nível dum amador competente.
13. Ensinar os rudimentos do Latim no 3º ciclo do básico.
14. Tornar o Latim obrigatório no secundário para todos os futuros juristas.
15. Tornar o Latim e o Grego obrigatórios no secundário para os cursos de Humanidades.
16. Criar verdadeiras e suficientes alternativas de formação profissional prática para os alunos sem vocação ou apetência académica.
17. Enquadrar os alunos delinquentes em instituições altamente especializadas capazes de assegurar a sua reintegração social, uma vez que as escolas generalistas nunca o poderão fazer.
18. Fazer valer em todas as circunstâncias o princípio de que os direitos do aluno que quer aprender prevalecem sobre os direitos do aluno que não quer.
19. Aquecer as escolas. Torná-las confortáveis, aconchegadas e acolhedoras. A escola devia ser um lugar onde se pudesse andar descalço.
20. Instituir uniformes ou batas. No caso de se optar por batas, determinar uma cor para os professores, outra para os funcionários e várias outras para os alunos de modo a diferenciá-los por ano de escolaridade. O calçado usado na escola devia ser diferente do que se traz da rua.
21. A função essencial da escola é ensinar, não é educar. É certo que a escola educa, mas educa ensinando. Educar educando é uma tarefa que compete à sociedade no seu todo, e desde logo à família.
22. A tarefa essencial do professor é ensinar, as outras são acessórias. As tarefas acessórias dos professores devem ser restringidas ao mínimo possível.
23. Para cada deisciplina e nível de ensino deve haver em cada escola um só programa. A escola deve ter autonomia para elaborar esse programa, sem prejuízo de conteúdos mínimos comuns definidos a nível regional ou nacional.
24. Um programa que consista em mais de três ou quatro páginas A4 não serve para nada a não ser, eventualmente, para propagar uma ideologia.
25. Há muitos «saberes», mas não são todos igualmente válidos.
26. O saber não é democrático.
27. A escola não existe para abastecer o mercado de trabalho. Os clientes da escola são os alunos, não são as empresas. Os conhecimentos adquiridos destinam-se a ser utilizados para a vida, ou para o que o aluno quiser na sua vida futura, e não só para o trabalho.
28. Não há conhecimentos inúteis.
29. Não há crítica, nem participação, nem cidadania, sem informação. Compete à escola fornecer os instrumentos conceptuais da crítica, da cidadania e da participação democrática; não lhe compete inculcar estes valores enquanto «atitudes».
30. Uma escola que se arroga o direito de manipular «comportamentos, atitudes e valores» em vez de transmitir conhecimentos é necessariamente uma escola totalitária, por mais permissiva que pareça à superfície.
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