re:multiculturalidade e sucesso |  forum
 
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Liberdade de escolha da escola/famílias? - 13/11/06 16:11 Visto a Educação ser um direito que deve estar ao alcance de todos, de forma igualitária, seria necessário que todas as escolas dessem o mesmo tipo de condições de ensino a todos os alunos. Certamente que, nos dias de hoje, obrigar um aluno a frequentar uma determinada escola, só porque é da sua área de residência, não faz sentido, até porque eram muitos os pais que, para assegurar um lugar num determinado estabelecimento de ensino, utilizavam a morada de avós, tios ou amigos.
A escola pública deve servir todos de forma igual e tentar posicionar-se na mesma fasquia qualitativa de algumas escolas privadas. Contudo, falar de estabelecimentos de ensino de qualidade, hoje em dia, implica ter em conta que muitos das escolas “de qualidade”, quer sejam públicas ou privadas, escolhem já os alunos que as frequentam. Infelizmente, a escola dita de qualidade quer “alunos de qualidade”. Só desta forma se podem cumprir rankings. E isto compreende-se porque o ensino, na sua essência, não depende apenas dos professores ou das infra-estruturas escolares (como teimosamente querem fazer parecer hoje em dia); depende também da forma como os alunos e a sua família encaram a escola no processo de desenvolvimento das crianças e dos jovens.
Assegurar a liberdade de escolha da escola por parte das famílias, não pode implicar uma corrida entre ensino público e privado, já que um se financia através do Estado e outro não, mas sim permitir que todos tenham direito a uma educação com condições igualitárias, já que, infelizmente, existe ainda em Portugal quem não possa sequer optar por estudar, porque necessita de percorrer quilómetros para o fazer. Talvez o ensino público não possa, nem deva escolher os seus alunos, porque a Educação é constitucionalmente um direito universal, mas pode tentar criar, dentro do seu próprio seio, formas de se financiar, para que possam dar resposta às necessidades educacionais actuais e oferecer infra-estruturas para que todos possam ser bons alunos, funcionários e professores. Se assim fosse, talvez a questão da “liberdade de escolha” de uma escola nem sequer se discutisse.
Cabe ao estado a função de assegurar, criar e garantir a existência de um sistema de ensino público e ensino privado mas, a regulação de todo o sistema, não deveria ser só da competência do estado. Deveria repartir essa competência com os professores (associação de professores), pais/encarregados de educação ou empresas apropriadas afim de evitar desigualdades sociais.
Por outro lado devem levar em conta que existem famílias que não reúnem condições para transmitirem aos seus educandos os valores, as atitudes e os comportamentos fundamentais para uma cidadania integra e responsável. A escola, o estado, as instituições sociais locais e a sociedade (outras famílias bem estruturadas) devem dar maior atenção è essas famílias que podem até contribuírem para a desintegração social dos seus membros.
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Re:Multiculturalidade e sucesso - 16/11/06 09:11 Penso que se torna descriminatório nesta altura deixar os pais escolherem a escola, já que as escolas publicas não têm todas as mesmas condições. Quando todas puderem oferecer as mesmas condições físicas, materiais e bons recursos humanos ( qualidade e quantidade ) aí puderemos falar em escolha.
A massificação do ensino fez com que toda a gente possa ir à escola, mas na realidade como os investimentos na educação têm sido insuficientes, deparamos com a falta de condições para na realidade o ensino chegue a todos com boa margem de sucesso .
O desenvolvimento de um país mede-se com os investimentos que se fazem, principalmente, na educação e saúde. Mas, politicamente isto não dá muitos votos!!!!
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