re:educação e cidadania |  forum
 
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Re:Educação e Cidadania - 06/12/06 23:12 Em resposta ao comentário do Sequeira quando afirma "A formação escolar deve, no meu entender, ser direccionada exactamente para o mundo do trabalho e da vida futura das pessoas"... Deixe-me dizer que concordo plenamente consigo. Acrescento que essa formação devia começar desde o pré-primário, afinal pensem: Ao que brincam as nossas crianças? Até que ponto as escolas estão a estimular a criatividade da criança? Pelo que observo, a maioria das festas da escola resume-se à festa do Natal, Carnaval e final de ano... e a maior parte das actividades estão relacionadas com estes temas.Não estará na hora de inventarmos outras coisas para brincar/criar - algo que nos aproxime da vida que vamos ter em adultos?
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Re:Educação e Cidadania - 08/12/06 22:12 1.3 - Como é evidente há que integrar primeiro os familiares na cominidade de tal modo que a pluralidade bem aceite, bem entendida, e protegida evite racismos e xenofobia.Essa integração pode e deve ser feita pelos media, pelas câmaras e juntas de freguesia através de folhetos a distribuir de casa em casa tal como fazem nas eleições, nas escolas pelos professores nas reuniões de pais. etc. Ensinar a língua nacional e sobretudo torná-la acessível a estrangeiros é como sabemos factor essencial. Parece-me também que todas as iniciativas que possam proporcionar a mistura no trabalho, na diversão, na habitação serão outras formas de integração e fusão entre grupos. Nas escolas os professores devem ser ou ter formação psicológica para mais facilmente conseguirem que as crianças se misturem e percam o medo das diferenças entre si e se aceitem. É importante que percebam desde cedo que a cor da pele, dos olhos, etc, não faz das crianças diferentes em termos de resultados e de sucesso em grupos.

1.4 - Em primeiro lugar é toda a conveniência que deixe de haver professores cuja vocação deixa a desejar até porque muitos são aquilo a que há muito chamo os mercenários do ensino. Estão no ensino nãp por vocação, mas porque não arranjaram melhor na vida dentro da sua especialidade. Se todas as escolas começarem por ser boas começará a haver certamente um grande leque de opções. Aliás se certas escolas se revelarem sempre más então o Estado deve intervir e acabar com isso de alguma forma. Uma escola não ser como uma oficina de pedreiros! Quem lá trabalha são doutores! No entanto todos actualmente temos a noção que o ensino é fraco e que por conseguinte a aprendizagem também não pode ser boa! As nossas crianças são tão capazes como as de muitos outros países. Se quem ensina o fizer por gosto, vocação, competência e até por missão estou certo que as nossas crianças corresponderão alegremente e com entusiasmo! Algo há que modificar para que os homens de amanhâ sejam capazes de tomar conta do país onde nós seremos os velhos carentes do seu saber e protecção! Parece-me que também todos os professores deveriam ter formação sólida em pedagogia e formação psicoligica oreientada para o ensino das suas matérias. Entre os actuais professores, há, quer se queira reconhecer, quer não muita incompetência, muito refugo que é preciso expurgar das instituições oficiais do ensino.
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Re:Educação e Cidadania - 30/12/06 16:12 Educação e cidadania – Opinião de LMartins

Este debate permite aos cidadãos em geral dizerem da sua justiça e falar do que lhe vai na alma, dos seus problemas relacionados com as escolas e professores dos seus filhos!
Eu tive também alguns, não exactamente iguais, mas similares que, no entanto, já lá vão porque apesar de tudo, à força de tanto insistir com explicações quase todos os anos e não só, consegui formar o meu filho hoje com 32 anos, mas ainda à procura de emprego. Era uma qualidade de ensino francamente má, quase nunca acabou a matéria dos livros de álgebra, quase nunca houve tempo, por isso, de dar geometria, etc. Apesar de formado o meu filho tem graves limitações em Português e Matemática! Para a sua profissão de Designer fez-lhe falta a geometria que quase nunca deu e um sério empenhamento e apoio por parte dos professores que quase nunca teve! Portanto, para concluir, termino com palavras idênticas às de LMartins.

Os meus mais sinceros parabéns aos muito bons professores que há e votos para que os maus e os mercenários do ensino venham aos poucos a ser expurgados do sistema! Por último o meu bem haja Sra. Ministra da Educação pela coragem e firmeza que tem demonstrado em prol do futuro dos meus netos e de Portugal! V. Exa. revela uma grande capacidade, abrangência e, sobretudo, grande patriotismo! Ninguém tem dúvida de que era preciso urgentemente fazer uma limpeza profunda no ME e arrumar as coisas duma vez no seu devido lugar. Ensinar, quanto a mim, deve ser considerado uma missão de importância vital para o futuro deste país e não apenas um meio de último recurso para subsistir para fugir ao desemprego.
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Re:Educação e Cidadania - 01/01/07 20:01 1.1 – Que competências de cidadania … na escolaridade básica universal?

Já tinha dito algo sobre este ponto, mas tive algumas dificuldades iniciais em lidar com o site e, por lapso, acabei por apagar a minha intervenção. Não registei o texto pelo que direi de novo o que ora se me oferecer. Vou tentar intervir como cidadão português preocupado com o futuro da minha pátria, onde me movo e vivo há já 61 anos. Vivi, portanto, cerca de 29 anos sob o jugo do fascismo tendo cumprido quase cinco anos de serviço militar no tempo da guerra do ultramar. Os restantes tenho-os vivido sob a esperança inicial do 25 de Abril e de há uns tempos para cá sob uma certa desesperança e desencantamento! Contudo, sobre a questão que mais interessa para o caso vertente pude entender que fui sujeito a um ensino exigente, disciplinado e disciplinador e, não obstante ter ficado na altura pelo 7º ano antigo, correspondente aos actuais 11º e 12º, reconheço que era muito mais sólido e eficaz do que aquele que se implantou pós 25 de Abril quiçá até aos nossos dias! E pude comparar porque tive que acompanhar e ajudar como pude e soube o meu filho, hoje com 32 anos de idade, formado em Design de Comunicação no ESAD. O que isso me custou em esforço pessoal consubstanciado em horas de estudo juntamente com ele, em explicações complementares, em orientação por meio de testes psicotécnicos, nem é bom falar! As lacunas irreparáveis com que ficou a Matemática e a Português não têm perdão! Enquanto ele no 4º ano ainda fazia cópias, eu na 3ª classe já fazia ditados e corrigia os erros dezenas de vezes. Exigiam-lhe pouco esforço de memória e quase nunca deu geometria por falta de tempo para se acabar a matéria de álgebra dos respectivos compêndios! Nem em Desenho (livre e rigoroso) foi devidamente apoiado e estimulado! É verdade que não sei muito bem como tem funcionado o ensino de há uns 15 anos para cá, mas até aí fartei-me de dizer mal da minha vida vendo-me impotente para ajudar mais e melhor o meu filho! Mas também frequentei o ensino superior antes e depois do 25 de Abril como trabalhador estudante. E foi aí que pude verificar como um homem com o 7º ano antigo de quarenta e tal anos era capaz de competir quase em pé de superioridade com os seus colegas de turma, rapazes e raparigas acabados de sair do secundário com o seu 12ª ano feito! Apenas em línguas pude constatar que estavam melhor preparados do que eu! Mas isso até se justificava muito bem. Eu já não dava línguas havia mais de 20 anos e no meu tempo não havia tantas hipóteses, não só de praticar complementarmente em institutos, como também de familiarização com as línguas através da televisão, etc. Cheguei ao 3º ano do Curso do ISCAP de Línguas e Secretariado do qual terminei entre outras, Português III e Inglês. Afastei-me porque me revoltei com a obsoleta disciplina de Estenografia das Línguas! Mesmo há cerca de 20 anos atrás, não só não tinha cabimento, como era dada aplicando-se às línguas os mesmos símbolos da estenografia portuguesa! Mais, nesse tempo já cada aluno tinha na sua frente um computador e a gravação não tinha segredos! No meu entender era uma disciplina, não para dar emprego aos alunos, mas sim para manter os empregos dos respectivos professores. Portanto, também o ensino superior andava ingloriamente a correr atrás do mundo do trabalho o qual, por sua vez, andava extraordinariamente à frente muitos anos!
Portanto, também falo como encarregado de educação que vê, não só as lacunas graves com que o seu filho ficou e que muito o prejudicará na procura de emprego, mas também as fraquezas que os seus colegas de turma traziam para o superior acabadinhos de sair do 11º e 12º!
Mas afinal o que proponho porque essa é que é a questão?
Acho que até ao 9º ano há tempo mais que suficiente para se preparar um aluno para a vida com conhecimentos básicos gerais e sólidos que devem passar pela nutrição, economia básica, contabilidade básica, sexualidade, puericultura, culinária e trabalhos manuais desde a costura ao manuseamento do barro e diversos metais! Tudo isto acompanhado desde a primária com a disciplina de ginástica e não de um mero tempo de recreio onde pura e simplesmente se põem as crianças a jogar a bola! Primeiro a ginástica educativa para desenvolver harmoniosamente os músculos e fortalecê-los preparando-se o corpo dos jovens para uma posterior orientação para um ou mais tipos de desportos. Não falei na música e nas artes, em especial o Desenho, mas é bom que estas áreas sejam amplamente exploradas e estimuladas! Assim, diria que até ao 4º ano o aluno deveria aprender a ler e a escrever correctamente e com alguma desenvoltura. Saberia fazer redacções sob vários temas previamente propostos e não só, escrever cartas normais e comerciais. Aprenderia a tabuada de cor e a fazer as quatro operações sem máquina de calcular, com rapidez e acertadamente. Aprenderia a fazer trocos e contas de merceeiro com a necessária rapidez para ser capaz de fazer um recado aos pais sem ser enganado no troco. Teria outros conhecimentos básicos de geografia, ciências da natureza, conhecimentos básicos de nutrição, trabalhos manuais que envolvessem o manuseamento de diversos materiais incluindo pequenas tarefas de costura e noções muito básicas de culinária. A disciplina de sexualidade isoladamente ou integrada na disciplina de ciências naturais estaria desde já incluída desde o 1º ano. Noções de história pátria também serão de incluir. Entretanto os trabalhos de casa devem ser substituídos por duas ou três horas de estudo na escola apoiado pelo próprio professor ou outro de tal maneira que as crianças não tenham que levar deveres para casa onde são poucas as que têm ajuda capaz e até espaço próprio! Cada vez mais a vida dos pais dos alunos é mais difícil, precária e instável. Por isso cada vez mais os filhos estão menos tempo com os pais! Quando não estão sós, estão então entregues aos cuidados de empregadas domésticas que às vezes, nem nessa profissão são competentes!
Assim, levar os trabalhos já feitos para casa será um alívio para todos, pais, alunos, professores! Bem sei que não foi perguntado, mas tudo isso implica outros apoios às escolas. Serviço social e cantinas, mesmo que em regime ambulatório comparticipado pelas autarquias. No 4º ano haveria já um primeiro exame rigoroso e depois até ao nono haveria pelo menos mais dois; um no 6º ano e outro no 9º. Os professores deveriam permanecer com os mesmos alunos pelo menos três a quatro anos e os livros também não deveriam mudar durante quatro ou cinco anos. E isto não somente por uma questão de economia, mas sobretudo por uma questão de adaptação aos métodos tanto por parte dos alunos como por parte dos professores. Ao sair do 9º ano para o mundo do trabalho além de noções mais evoluídas das matérias tradicionais o aluno deveria saber que o ordenado mínimo nacional mal dá para se alimentar convenientemente. Para poder chegar a essa conclusão teria tido boas noções de culinária, nutrição, puericultura, economia e contabilidade básicas. Também deverá conhecer muito bem as doenças transmissíveis por contacto sexual por ter tido a disciplina de educação sexual e compreender muito bem as razões pelas quais se deve sempre recorrer ao preservativo nas relações sexuais. Deve também ter pelo menos cinco anos de inglês e francês. Quanto ao Desenho livre e rigoroso há que apelar ao empenho dos professores para a estimulação dos alunos e obtenção de resultados! O mesmo se deve passar em relação à Matemática e Física onde a calculadora deve ser proibida. Muitos dos que estamos a intervir fizemos todas as disciplinas desde a primária ao 7º ano antigo sem calculadora e parece que éramos bem mais eficientes assim! O raciocínio bem desenvolvido aliado a uma boa e treinada memória fazem milagres! A música, certas artes artesanais e a ginástica/desporto terão que ser também levados muito a sério. Não posso deixar como é evidente, de chamar a atenção para a dedicação ao Português, língua pátria, por parte dos professores e para o grau de exigência a todos os níveis que se deve implementar no 9º ano. Por outro lado, é preciso não descurar o desenvolvimento contínuo e sistemático do gosto pela leitura começando-se no 3º e 4º’s anos aumentando-se a exigência gradualmente até ao 9º. Entretanto o uso da Internet como meio de auxílio em pesquisa e estudo também deve estar evoluído no 9º ano, bem assim como o aluno devidamente alertado para os seus perigos.
É preciso que o aluno com o 9º ano saia da escola como cidadão minimamente capaz de participar na vida do seu país, de opinar e ter bastante autonomia em termos de capacidade de decisão. Entretanto haverá que dar extrema importância à disciplina, à capacidade individual de trabalho e memorização, à assiduidade e, finalmente, ao respeito que os professores merecem. Urge que a escola se torne num ambiente familiar onde participem pais, alunos, professores e autarquias, mas onde, por sua vez, haja respeito mútuo, onde as hierarquias se imponham de forma natural e tacitamente aceites como próprias duma sociedade organizada!
Este é o meu contributo humilde para este debate sem querer saber quem não está de acordo ou se estou a anos-luz do actual sistema de ensino! Mais gostaria que os maus professores me não aborrecessem com palavreado difícil e os mercenários do ensino tratassem de mudar de vida!
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