re:professores e encarregados de educação |  forum
 
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Professores e encarregados de educação - 22/05/06 12:05 Como fomentar uma melhor articulação entre os professores e os pais/encarregados de educação tendo em vista melhorar o sucesso escolar dos alunos?
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Re:Professores e encarregados de educação - 31/05/06 11:05 Bom dia!!
Esta pergunta vem um pouco ao encontro do que faço no meu dia-a-dia, sou mediadora familiar e tento precisamente melhorar a relação entre pais-professores. Penso que a primeira mediada a tomar é chamar os pais e envolver-se no processo de ensino aprendizagem. Personalizar os atendimentos e não fazer de cada família mais "uma". A escola e os pais têm que se ver/sentir num trabalho de complementaridade e co-responsabilização e não o contrário.

Maria Ferreira
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Re:Professores e encarregados de educação - 02/06/06 15:06 Concordo plenamente, mas como posso fazer um trabalho de parceria com os poucos pais que vão à escola se nas conversas que tenho com alguns, quase tudo o que dizem é mentira (achando-se uns pais impecáveis, etc). Confirmo as mentiras através do que os filhos dizem e a partir de pessoas idóneas que conhecem o meio familiar (passado e presente)?
Que trabalho se pode fazer baseado na mentira.
Já agora como digo a um pai que o que me disse é mentira e que está a querer fugir à responsabilidade das falhas que comente na educação do seu filho?
Devo esclarecer que não estou contra os pais. Já os convidei a assistir às minhas aulas.
Boas ideias!

Item editado por: trutas, em: PM/06/05 13:06
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Re:Professores e encarregados de educação - 07/06/06 15:06 Pois é... Muitas vezes a mentira é uma estratégia de sobrevivência...
Compreenderá a dificudade de um pai em dizer ao professor que este lhe está a mentir? Outros poderes...

trutas escreveu:
Concordo plenamente, mas como posso fazer um trabalho de parceria com os poucos pais que vão à escola se nas conversas que tenho com alguns, quase tudo o que dizem é mentira (achando-se uns pais impecáveis, etc). Confirmo as mentiras através do que os filhos dizem e a partir de pessoas idóneas que conhecem o meio familiar (passado e presente)?
Que trabalho se pode fazer baseado na mentira.
Já agora como digo a um pai que o que me disse é mentira e que está a querer fugir à responsabilidade das falhas que comente na educação do seu filho?
Devo esclarecer que não estou contra os pais. Já os convidei a assistir às minhas aulas.
Boas ideias!<br><br>Item editado por: trutas, em: PM/06/05 13:06
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Re:Professores e encarregados de educação - 11/06/06 18:06  Os pais e a escola

Responsabilidade partilhada. Um testemunho.

A experiência que realizámos recentemente (2001-03) permite-nos testemunhar com conhecimento
de causa o papel altamente positivo da partilha de responsabilidades da Escola e da Família na educação dos
filhos. Cremos firmemente que é possível vencer o atraso educacional do povo português mobilizando-o
na criação de uma sociedade verdadeiramente educativa, integrando a família na vida da Escola e,
designadamente, colaborando na sala de aula.
Começámos por fazer formação de pais, de modo a implicá-los no apoio ao ensino da aritmética
às crianças do 1º ano do Ensino Básico. Formação que não tratava de ensinar aritmética mas, sim, de pô-los
em contacto com uma didáctica apropriada e os materiais indispensáveis a um bom ensino da contagem
e das quatro operações.



FIG.1 OS FAMILIARES REPETEM AS ACÇÕES A ENSINAR À CRIANÇA








A confecção dos materiais contribuía para uma melhor compreensão dos métodos e técnicas a
utilizar e foi participada com verdadeiro entusiasmo, e concorreu para uma melhor compreensão das
actividades e trabalhos do professor fora da sala de aula.




FIG.2 OS FAMILIARES CONSTROEM O MATERIAL








A acção conjunta de pais e professores na sala-de-aula levanta problemas de relacionamento muito
delicados. O estabelecimento de uma partilha adequada de responsabilidades, numa atmosfera de saudável
respeito mútuo, em que ambas as partes reconhecem o contributo positivo da outra e aceitam os seus
limites, é de solução difícil. Na sala de aula, o professor é o profissional, «o professor é aquele que ensina»
(B. Paiva Campos, Políticas de Formação de profissionais de ensino em escolas autónomas.) e cabe aos pais
colaborar conforme as necessidades e orientações previamente discutidas e acertadas. Entram aqui em jogo
aspectos psicológicos importantes, quer pelo receio, por parte dos professores, de a presença dos pais
arrastar uma perda de prestígio, um sentimento de insegurança, o medo de cometer erros, o receio, quiçá
justificado, de interferências inoportunas nas estratégias ou nas práticas do ensino e, principalmente, na
perda de um estatuto de poder tradicionalmente detido pelo professor na sala de aula. Com base na minha
experiência pessoal, o relacionamento e comportamento dos pais nas acções de formação, confecção de
materiais didácticos e na sala de aula foi sempre excelente. É interessante, a este respeito, citar o caso inglês,
em que o papel dos pais é geralmente remetido para tarefas exteriores: eventos sociais, colecta de fundos,
escolha da escola preferida. Porém, já em 1969, em declarações à BBC, um professor afirmava: «Não julgo
que qualquer sistema de educação, que tenha real necessidade da cooperação e da solidariedade dos pais,
possa funcionar sem que os pais estejam presentes na sala de aula e trabalhem ao lado dos mestres e dos
alunos» (W. D. Wall, L’éducation constructive des enfants, Unesco, p.140). Penso que a estratégia que
seguimos foi muito adequada, pois não se levantou com os pais o mínimo problema de relacionamento e
as avaliações recolhidas foram muito positivas.







FIG.3 ACÇÇÃO CONJUNTA NA SALA DE AULA.UM PAI ACONPANHA AS CRIANÇAS QUE LHE ESTÃO DISTRIBUÍDAS



FIG.4 O APOIO DOS PAIS É SEMPRE BEM RECEBIDO


Se o Estado representa, supostamente, uma vontade geral, a vontade dos pais, legítimos e primeiros
detentores do direito e do dever de educar os filhos, deve ser preferencialmente tomada em consideração.
De facto, este direito primacial remete o Estado para uma posição subsidiária, imposta pela «insuficiência
psicológica, pedagógica e moral da família» (Cassiano Reimão, in A educação em debate, p. 147).
A par desta função maior, as obrigações educativas dos pais (extensivas a outros familiares),
alargam-se ao acompanhamento do ensino ministrado na Escola, tanto no lar como na própria sala de aula,
em responsabilidade partilhada com os professores. Estas exigências acrescidas reclamam da parte dos pais
e dos professores um esforço de adaptação e mudança que os capacite para novos desempenhos. A definição
e limites desta colaboração têm sido progressivamente definidas e experimentadas, designadamente na
Dinamarca, mas também, de forma isolada, entre nós.
Este conceito tem vindo a afirmar-se e a depurar-se progressivamente na Europa desde a década de
sessenta. Sem pormenorizar a sua evolução, as novas configurações do poder na realidade escolar tendem
a considerar os pais com direitos, responsabilidades e interesses na educação, defendendo que o Estado e
as Escolas públicas e privadas, como prestadores de um serviço, devem ajustar as suas acções ao interesse
social e às exigências da função parental, os primeiros responsáveis pela educação dos filhos.
Estas ideias, que fazem curso na Inglaterra, Estados Unidos, e países escandinavos, entre outros,
levaram , na Dinamarca, à constituição de uma Associação Dinamarquesa de Pais, com voz oficial nas
decisões tomadas em educação. Entre nós, preencheria esta função um Conselho Consultivo de Educação,
criado a partir das Associações de Pais, a uma única voz, em pé de igualdade com as instituições
governamentais, na definição das políticas educativas.
Começando pelo 1º Ciclo do Ensino Básico, em que as crianças tem necessidade de um apoio
constante, e é muito difícil o professor dar-lhes uma atenção individualizada, há fortes razões que
favorecem o modelo de acção conjunta. A acção dos pais na sala de aula, distribuindo e recolhendo o
material, acompanhando a actividade da criança, ajudando-a a corrigir os seus erros, mantendo uma
avaliação geral e permanentemente actualizada, permite um reforço da aprendizagem no lar e contribui
para um conhecimento mais aprofundado da criança por parte dos pais e dos professores, além de satisfazer
necessidades psico-afectivas do seu desenvolvimento. Esta colaboração é completada pela troca de
impressões entre os pais e os professores, analisando os progressos, as dificuldades e sua remediação. A
experiência que levámos a cabo, como já dissemos, recolheu uma avaliação muito positiva da parte dos pais.
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Re:Professores e encarregados de educação - 22/06/06 22:06 Eu, professora, tive que meter 102, quando precisei de ir falar com o Director de Turma de uma das minhas filhas. Mesmo apresentando a convocatória tive de descontar nas férias. Nem sei porque me queixo. Com o novo estatuto só o poderei fazer se houver um professor para me substituir...
E nos outros empregos, a falta será justificada, e a situação compreendida, facilitada e incentivada?
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