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Aprendizagem ao Longo da Vida e Desafios do Emprego - 24/07/06 17:07 Esta árvore discute o conteúdo do artigo: Aprendizagem ao Longo da Vida e Desafios do Emprego

Pior do que nós, só os gregos !

Mais de 50% dos portugueses sem conhecimentos informáticos


Alexandra Lobão

Portugal é um dos seis países da União Europeia onde mais de metade da população não tem quaisquer competências informáticas básicas. A nível global, os números são igualmente significativos mais de um terço da população europeia (37%) tem conhecimentos nulos de informática. Estes resultados obtidos pelo Eurostat, o instituto de estatística da UE, são uma má notícia para os responsáveis europeus, que perspectivam uma economia competitiva baseada na inovação.

De acordo com o estudo realizado pelo Eurostat relativo ao ano 2005, a Itália, a Grécia, a Hungria, Portugal e Chipre são os países com os maiores índices de desconhecimento informático na Europa. Pelo contrário, são essencialmente os países nórdicos que apresentam os melhores indicadores, surgindo em primeiro lugar a Dinamarca, a Suécia e o Luxemburgo.

Em Portugal, este "analfabetismo informático" atinge 54% da população, que é considerada incompetente de acordo com os seis critérios utilizados pelo Eurostat para medir tais capacidades.

O estudo avaliou a capacidade de usar um "rato" para lançar programas como os que permitem aceder à Internet ou utilizar o processamento de texto "Word"; copiar ou mover um ficheiro; copiar, duplicar ou transferir informação; efectuar operações básicas de aritmética (subtracção, adição, divisão e multiplicação); comprimir ficheiros; ou ainda escrever um programa de computador usando linguagem especializada.

Educação é determinante

Mas a idade tem uma importãncia fundamental nestes resultados. Do total de portugueses totalmente incompetentes na matéria, apenas 13% pertencem ao grupo etário dos 16-24 anos, enquanto 49% integram o o grupo dos 25-54 anos.

Em Portugal, como noutros estados-membros, a educação também é factor determinante das competências informáticas. Só 1% dos estudantes e 5% dos cidadãos com um grau de educação superior e se revelam incompetentes. Em contrapartida, os desempregados portugueses registam um índice elevado, 57%, de iliteracia informática.

Piores que os portugueses, estão os gregos (dos quais 65% não sabem usar um computador), italianos (59%) e húngaros (57%). Chipre e Lituânia apresentam taxas de iliteracia informática de 54 e 53%, respectivamente. No extremo oposto, aparecem Dinamarca, Suécia, Luxemburgo, Alemanha e Reino Unido onde só menos de um quarto da população se encontra nessa situação.

Diferenças de geração

No conjunto da UE-25, mais de um terço da população não tem quaisquer competências na matéria, com diferenças assinaláveis entre gerações e entre grupos sociais.

Em média, 65% dos idosos (entre 55 e 74 anos) não sabem usar o computador, embora a percentagem de iliteratos varie entre 93% na Grécia e 27% na Dinamarca e Suécia. Não foram disponibilizados dados relativos aos idosos portugueses.

O Eurostat também quantifica a percentagem de população com um elevado nível de conhecimentos informáticos. Aqui a média europeia é de apenas 22%, contra 42% no Luxemburgo e 39% na Dinamarca e 32% na Suécia.

Em Portugal, a distribuição da população com maiores conhecimentos informáticos é notória em particular na escalão dos 16-24 anos (42%) e entre os estudantes (65%) e os detentores de graus superiores (63%). Em termos gerais, 21%da população portuguesa revela bons conhecimentos nesta área.

O estudo do Eurostat foi realizado sem os dados de oito países da UE (França, Espanha, Bélgica, Irlanda, República Checa, Malta, Holanda e Finlândia), tidos como fortes em conhecimentos informáticos, mas representa 60% da população europeia.

In Jornal de Notícias
21/06/2006
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Re:Aprendizagem ao Longo da Vida e Desafios do Emprego - 27/12/06 22:12 4.1 – Que fazer para que as pessoas, as famílias e as entidades empregadoras…

Pessoas e famílias- Após o 25 de Abril cantava-se e exigia-se a paz, o pão, a habitação, a educação como condição para a liberdade do homem numa sociedade dita democrática! Enquanto os Serviços vários de apoio social público não forem capazes de dar a todos, em especial aos mais desfavorecidos, o pão, a habitação então a educação ficará prejudicada e todos sabemos bem porquê! Portanto parece-me que a solução estará à vista, embora possa não estar ao alcance deste país consegui-lo porque esbanjou onde não devia, porque gastou demais onde não precisaria de exagerar e onde, entretanto, a educação perdeu qualidade e excelência por culpa de todos e não só dos mercenários do ensino e da psicologia dos facilitismos, das tolerâncias e dos meus meninos onde vos porei!
Quanto às PME é preciso que os gestores sejam pessoas com um mínimo de qualificações para que entendam que não podem mais vingar com o velho esquema da mão de obra barata e sem qualificação específica.
Entretanto, o apoio aos alunos mais carenciados para poderem frequentar o ensino superior tem que ser mais facilitado, mais abrangente e mais orientado para os mais dotados.

4.2 – Como melhorar os níveis de sucesso…

No meu entender é preciso aperfeiçoar a qualidade e a excelência do ensino a todos os níveis, mas especialmente no técnico-profissional de modo a que haja formação complementar e prática em contexto de trabalho o que implica a colaboração e envolvimento das PME. Entretanto, é urgente responsabilizar e fiscalizar seriamente as entidades formadoras com apoio do IEFP de modo a que tenham que ter meios à altura, programas completos e não Demos, professores altamente qualificados e exigência quanto baste. Por outro lado, à maior parte, isto é, sobretudo àquelas que oferecem estágio em contexto de trabalho deveria ser exigida uma determinada capacidade para empregar uma certa percentagem mínima de formandos. Se assim não for os formandos nunca passarão de paus de cabeleira para que as entidades formadoras absorvam o dinheiro atribuído à formação sem se preocuparem minimamente com os resultados.


4.3 – Que dinâmicas entre instituições com capacidade educativa…

Entendo que o primeiro passo passa por acabar definitivamente com o analfabetismo e a info-exclusão. Por outro lado, julgo que uma grande parte dos cursos superiores deveriam ter aulas nocturnas de modo a que os trabalhadores pudessem completar a sua formação e educação superior. Entendo também que deve haver aulas nocturnas para alunos que tenham concluído o 9º ano e tenham ingressado no mundo do trabalho. Quanto mais educado é um povo mais procura cultivar-se.
Quanto à formação ao longo da vida julgo que será básico reunir em estreita colaboração sindicatos, empresas e ministério da educação. Há que estudar que tipo de formação é mais necessária em cada momento para o progresso das empresas e reciclagem dos trabalhadores. Depois há que fomentar os cursos e a sua frequência gratuita, mas como condição sine qua non de promoções e prémios de produtividade.


4.4- Que formação para novos empregos…
Primeiro haverá que saber quais são os tais novos empregos e que qualificações serão exigidas. Por exemplo, os idosos doentes e ou acamados hoje em dia estão muito mal apoiados bem assim como os seus cuidadores! No meu humilde entender um dos empregos do futuro será cuidar, não só dos idosos, mas também prestar ajuda de todo o tipo aos familiares “cuidadores dos seus idosos”! Que formação mínima teórica e prática devem ter essas pessoas? Quem deve dar essa formação? Que tipo de instituições serão competentes para organizarem essa formação? Deve ou não ser gratuita de modo que até os potenciais cuidadores dos seus idosos os possam frequentar?
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Re:Aprendizagem ao Longo da Vida e Desafios do Emprego - 05/01/07 20:01 4.3 - … proporcionar a todos melhor aprendizagem ao longo da vida?

No JN de ontem, dia 04-01-07, lia-se a dada altura em letras gordas “Voltar à universidade depois dos 55 anos”. Trata-se então de um Programa de Estudos Universitários para Seniores (PEUS) preparado pela universidade do Porto. A duração é de três anos e as aulas terão lugar nas instalações do campo alegre da Faculdade de Letras (FLUP).
Ora aqui está um bom exemplo a seguir certamente por outras faculdades e instituições de ensino. Voltar à faculdade depois dos 55 anos para aí completar a sua cultura depois de ter tirado há muito tempo uma licenciatura! E digo cultura porque as disciplinas são: - A Geografia, a História, a Sociologia, o Património, a Literatura e a Língua da Invicta, portanto, um 1º ano maioritariamente à descoberta do Porto. Até Fevereiro de 2008 complementa-se o curso com Ciências, Psicologia. Saúde, Comunicação, Inglês, Conversação e Informática. Para o segundo ano parte-se da época das civilizações clássicas (História), ao som da Poesia de Pessoa (Literatura) nas “cadeiras” de Cultura, Direito, Astronomia, Sociologia, Francês, Espanhol e Arquitectura e por aí fora para além das visitas de estudo, pesquisas de campo e aulas em diferentes locais da cidade, até porque “nunca é tarde para aprender a aprender”.
Só que, como já disse, é para licenciados e custa € 900,00 por ano. É, portanto, bastante elitista considerando que um licenciado é suposto estar no auge da sua carreira aos 55 anos. Logo, como se sabe, estará muito mais preocupado com a carteira e a carreira do que com a cultura. Mas quem manda pode e o resto são tretas para deitar fora! Mas mais uma vez os menos abonados e com apenas o 12º ano feito e ou os que têm frequência da faculdade são excluídos embora haja já outras faculdades também para seniores. No meu entender torna-se necessário abranger outras faixas da sociedade que possam precisar e ou até querer cultivar-se quiçá independentemente da idade para os cursos se tornarem mais rentáveis e abrangentes e até mais acessíveis em termos de propinas. Julgo que toda a sociedade se deveria movimentar no sentido de se proporcionar aos cidadãos de todas as idades e formações um determinado grau de uma nova aprendizagem em função das suas possibilidades intelectuais e ou potenciais! É, assim, necessário que se organize uma espécie de movimento cujo objectivo será levar a formação e cultura a todo o cidadão chamando-o de novo às escolas e à faculdade! Quem se ficou pelo 9º ano deveria ter hipótese de frequentar escolas nocturnas para terminar e ou atingir o 11º /12º. Para pessoas que apenas tenham ficado pelo 11º/12º e ou frequência da faculdade também deveria haver universidades que dessem aulas nocturnas que não colidissem com os horários dos seus empregos. Neste caso poderia até haver uma espécie de ano propedêutico para nivelar e preparar os alunos para o real plano de estudos superiores a realizar organizados pelas respectivas faculdades.
Entretanto para os alunos que saem das escolas apenas com o 9º ano talvez fosse muito bom, antes de atingirem a maioridade, que pudessem ingressar em cursos de dois anos no máximo, quiçá gratuitos, onde aprendessem por exemplo, culinária, artes artesanais e florais, manuseamento do barro e diversos metais, costura com alguma abrangência, metalúrgica, canalização, carpintaria e até, porque não, construção civil, reparação de automóveis, agricultura, alfaiataria, cabeleireiro, contabilidade e economia caseira, etc.
Para os que terminaram o 11º e quisessem ingressar no mundo do trabalho poderia também haver cursos rápidos de dois ou três anos como por exemplo, geriatria, mestre de construção civil que salvo erro até já existe ou existiu, pintura e escultura, restauradores de antiguidades e de pintura, informática, contabilidade e economia básicas, etc. Qualquer que fosse o nível de ensino completo haveria sempre uma saída para se fazerem especialistas e não apenas pessoas que para além das matérias dadas no ensino oficial, nada sabem fazer em termos práticos quer tenham só o 9º, quer tenham o11º/12º anos! Uns deveriam ser gratuitos, outros com propinas a pagar pelos mais abonados e gratuitos para os mais desfavorecidos. Dentro de pouco tempo teríamos um povo mais cultivado e se calhar mais motivado para a produtividade do que aos magotes nos jardins a jogar a sueca discutindo todo o santo dia apenas futebol!
Não sei como estamos em termos de cursos para adultos fazerem pelo menos o 4º ano e, por último, deveria haver cursos de formação para a vida quotidiana para reformados com o objectivo de os tornar mais autónomos, menos solitários, de adquirirem a capacidade de cozinhar, costurar, tratar de plantas, noções de nutrição, enfim, noções muito diversas que lhes permitissem prevenir algumas doenças, lidar com a sua sexualidade menos vigorosa, etc. A ideia seria proporcionar-lhes uma cultura básica e prática gerais que os tirasse dos bancos dos jardins ou, repito, do jogo da sueca o dia todo! Ensiná-los a repensar a sua vida e aí captar até entre os mais válidos voluntários para várias coisas. Muita gente depois de abandonar os estudos, ficar meses sem conta desempregado e mesmo depois de encontrar emprego precário e mal pago lembra-se de continuar a estudar! Julgo, pois, que as portas das escolas e faculdades deveriam manter-se abertas para essas pessoas poderem corrigir erros de abandono precoce do ensino! Seria bom essas pessoas sentirem-se acolhidas depois de ter percebido que sempre é melhor estudar do que ter sido um burro carregado de livros!
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Re:Aprendizagem ao Longo da Vida e Desafios do Emprego - 07/01/07 18:01 4 – Aprendizagem ao longo da vida e desafios do emprego.

Diria que o assunto de que vou falar integra-se de um modo geral no ponto 4, mas talvez mais propriamente no 4.2, 4.3 e de certo modo também no 4.4.
Hoje, sábado, 06-01-07, pág. 32, NORTE, lia-se em título com grandes letras:
-Formação e educação são “desmoralizantes” e em subtítulo:
-“Carlos Lage diz que as expectativas se goraram, apesar de gastas centenas de milhões de euros”
Vou transcrever apenas parte da notícia especificando assim o que pretendo realçar: - Muitas centenas de milhões de euros depois, o panorama que se vive na região Norte, no que à formação profissional diz respeito, é “quase desmoralizante”. As palavras são de Carlos Lage, presidente da Comissão de Coordenação do Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN) e foram ouvidas, ontem, na Fundação do engenheiro António de Almeida, no Porto, no seminário “Novas oportunidades: que qualificações para um modelo de desenvolvimento saudável na região Norte?”.(…) O presidente da CCRDN considerou que o Norte é “ambivalente” pois “tem as piores fraquezas e as melhores forças”.
“A formação profissional e os fundos europeus nela gastos, foram avaliados de uma forma intercalar pela União Europeia e foi destacado o bom desempenho. No entanto, em muitos casos constatou-se que as acções de formação apenas servem para garantir a sustentabilidade das organizações que as promovem. (portanto, a meu ver uma espécie de máfia da formação profissional) Os seis milhões de euros afectados agora a esta área tem de materializar a revolução que urge fazer”, revelou Carlos Lage. Segundo o presidente da CCDRN, “não há estudos sobre as áreas ou profissões que serão determinantes, nem quantos novos empregos serão criados”.(…) Por seu turno, o secretário de Educação, Valter Lemos, falou em “números aterradores” quando revelou que dois terços da população activa do nosso país não tem qualificações ao nível do ensino secundário. (Note-se bem; mais de 30 anos depois do 25 de Abril! Parafraseando Gil Vicente, Todo Mundo quer dinheiro, mas Ninguém quer responsabilidades, trabalho com objectivos predeterminados.)
“Só por estes números a educação é uma prioridade absoluta. Meio milhão dessas pessoas tem entre 18 e 24 anos e não concluiu o secundário. Estes jovens são essenciais ao país e este é o maior desafio da educação em toda a nossa história”, concluiu Valter Lemos.” (Pelo futuro da Pátria, ensinar bem e melhor será o lema!)
Já fiz exposições, uma para o IEFP, outra para o Senhor M.E. a propósito das acções de formação a que o meu filho se sujeitou duas delas com mais de 1500 horas seguidas de estágio! Deficiências: - Alguns professores pouco seguros das matérias, programas informáticos fracos (DEMOS em vez de programas completos) que têm limitações propositadas, computadores constantemente com problemas, pouca disciplina entre os alunos, falta de pontualidade por parte de alguns professores logo seguida, claro está, pelos alunos, falta de fiscalização frequente e com olhos de ver por parte do IEFP, etc. Na última formação a namorada do meu filho e ele próprio foram escolhidos para estagiar na própria instituição que os formou em Técnicos de Multimédia e Web Design com o objectivo de fazerem um trabalho publicitário da instituição que, por sinal, também é uma universidade privada lá para os lados de Valadares. Como não havia programas completos tiveram que trabalhar com DEMOS do Premiere e do Flash, mas enquanto se tratou da edição do trabalho promocional no computador tudo funcionou bem, mas ao tentar converter o documento para um formato de vídeo o programa bloqueava sistematicamente a conversão!
Pois não houve uma alma naquela instituição que tivesse mostrado competência suficiente para ajudá-los a resolver o problema e fazer com que o seu trabalho tivesse tido o devido e merecido sucesso! Mais, na tentativa de terminar o trabalho, até porque também lhes interessava para constituírem o seu portfolio, os dois andaram para lá a correr mais de dois meses depois do estágio ter terminado sem qualquer tipo de apoio e ou remuneração! Ora se eles estavam a estagiar seria de supor que haveria alguém capaz de os orientar e ajudar a resolver os problemas relacionados com o trabalho! E é claro, está bom de ver que depois disso ficaram ambos desempregados e sem poderem mostrar esse trabalho quando candidatos a emprego! O que lhes valeu foi que lhes passaram o diploma com suficiente senão teria caído o carmo e a trindade!
Mais uma vez repito que é preciso exigir-se muito mais responsabilidade e meios à altura às entidades formadoras com fiscalização frequente e, claro, com olhos de ver! A exigência de exames finais seria também uma medida, bem assim como a obrigatoriedade de um número mínimo passar nos exames de tal modo que nos diplomas conste para além da costumada “frequência com aproveitamento” a nota final que o formando tirou! Mais diria que às entidades formadoras deveria ser proibido terem de antemão uma espécie de bolsa de empresas que lhes absorve os formandos para estágio! Está bom de ver que assim a maior parte dos estagiários não pode ficar naquelas empresas! Se uns atrás dos outros vão para lá a empresa não os pode contratar todos e ou até nenhum! Julgo que a formação com estágio incluído deveria garantir um número mínimo de empregos! Até agora esta trapaça à vista de todos tem sido dominada sem grande controlo por uma espécie da máfia da formação onde os formandos raramente passam de meros paus-de-cabeleira para essas entidades se encherem de dinheiro! E, como leram, não sou só eu a dizê-lo!
A cada passo aparecem nos jornais anúncios de firmas de artes gráficas e publicidade e possivelmente outras para as quais não ando atento que oferecem “estágios curriculares”
de três a seis meses sem qualquer tipo de remuneração ou apoio! Ora, no meu entender, isto é indigno! Um aluno do ensino superior depois de acabar o seu curso precisa de organizar a sua vida e não continuar dependente dos seus pais para fazer mais uns tantos estágios curriculares para, depois, se for preciso, ficar na mesma desempregado! É que nem hipóteses de emprego aos melhores são oferecidas nos anúncios! Porém, infelizmente há muito quem aceite essa humilhação para ter a oportunidade de praticar um pouco! Mas, por exemplo a Pinguim Design, onde um colega do meu filho, bacharel do ESAD, andou 6 meses em estágio, aqui há já uns meses largos e depois disso começou a preterir os das privadas exigindo que tivessem tirado o seu curso na FBUP! Os pais dos alunos das privadas pagam um balúrdio de propinas, dos seus impostos sai dinheiro para pagar também os cursos daqueles que andam no ensino superior público e ainda por cima, até na miséria dos estágios os do público são os preferidos! Mas afinal qual será o defeito real do ensino superior nas universidades privadas para tal acontecer? Mas a injustiça ainda é maior quando nós sabemos que no superior público entram mais alunos ricos do que nas privadas! Quem o afirma é o Bastonário da Ordem dos Engenheiros, Fernando Santo, não sou eu e fá-lo para o J.N.. E mais esclarece que as famílias de maiores recursos mandam os seus filhos para os colégios onde é mais fácil obter notas altas na fase prévia à entrada no ensino superior! E porquê? Porque as notas dos exames de acesso às faculdades apenas contam em 30% para a média global! Logo os do secundário público são na sua maioria prejudicados pelo próprio sistema! E conclui que isto é a inversão total do sistema baseado numa forma de vender facilidades!
Acho que os estágios curriculares deveriam ser sim até obrigatórios, se possível, mas dentro do respectivo curso, durante o ano lectivo ou nas férias, com nota de aproveitamento passível de influenciar a nota final do ano lectivo respectivo! Muita firma vai assim preenchendo os seus quadros tendo gente formada a trabalhar gratuitamente enquanto os que precisam urgentemente de ganhar a vida e se não submetem a tal vexame ficam no desemprego, sem a possibilidade de praticar e de ganhar a tal experiência que todas as firmas normalmente exigem como condição sine qua non!! É preciso, pois, acabar-se urgentemente com essa falperra dos “estágios curriculares” não remunerados condignamente! É urgente que as PME’s percebam de uma vez que não é com mão de obra barata e ou com “estágios curriculares” não remunerados que vão vingar nesta difícil competição que é a globalização!
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