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Re:Aprendizagem ao Longo da Vida e Desafios do Emprego - 07/01/07 18:01 4 – Aprendizagem ao longo da vida e desafios do emprego.

Diria que o assunto de que vou falar integra-se de um modo geral no ponto 4, mas talvez mais propriamente no 4.2, 4.3 e de certo modo também no 4.4.
Hoje, sábado, 06-01-07, pág. 32, NORTE, lia-se em título com grandes letras:
-Formação e educação são “desmoralizantes” e em subtítulo:
-“Carlos Lage diz que as expectativas se goraram, apesar de gastas centenas de milhões de euros”
Vou transcrever apenas parte da notícia especificando assim o que pretendo realçar: - Muitas centenas de milhões de euros depois, o panorama que se vive na região Norte, no que à formação profissional diz respeito, é “quase desmoralizante”. As palavras são de Carlos Lage, presidente da Comissão de Coordenação do Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN) e foram ouvidas, ontem, na Fundação do engenheiro António de Almeida, no Porto, no seminário “Novas oportunidades: que qualificações para um modelo de desenvolvimento saudável na região Norte?”.(…) O presidente da CCRDN considerou que o Norte é “ambivalente” pois “tem as piores fraquezas e as melhores forças”.
“A formação profissional e os fundos europeus nela gastos, foram avaliados de uma forma intercalar pela União Europeia e foi destacado o bom desempenho. No entanto, em muitos casos constatou-se que as acções de formação apenas servem para garantir a sustentabilidade das organizações que as promovem. (portanto, a meu ver uma espécie de máfia da formação profissional) Os seis milhões de euros afectados agora a esta área tem de materializar a revolução que urge fazer”, revelou Carlos Lage. Segundo o presidente da CCDRN, “não há estudos sobre as áreas ou profissões que serão determinantes, nem quantos novos empregos serão criados”.(…) Por seu turno, o secretário de Educação, Valter Lemos, falou em “números aterradores” quando revelou que dois terços da população activa do nosso país não tem qualificações ao nível do ensino secundário. (Note-se bem; mais de 30 anos depois do 25 de Abril! Parafraseando Gil Vicente, Todo Mundo quer dinheiro, mas Ninguém quer responsabilidades, trabalho com objectivos predeterminados.)
“Só por estes números a educação é uma prioridade absoluta. Meio milhão dessas pessoas tem entre 18 e 24 anos e não concluiu o secundário. Estes jovens são essenciais ao país e este é o maior desafio da educação em toda a nossa história”, concluiu Valter Lemos.” (Pelo futuro da Pátria, ensinar bem e melhor será o lema!)
Já fiz exposições, uma para o IEFP, outra para o Senhor M.E. a propósito das acções de formação a que o meu filho se sujeitou duas delas com mais de 1500 horas seguidas de estágio! Deficiências: - Alguns professores pouco seguros das matérias, programas informáticos fracos (DEMOS em vez de programas completos) que têm limitações propositadas, computadores constantemente com problemas, pouca disciplina entre os alunos, falta de pontualidade por parte de alguns professores logo seguida, claro está, pelos alunos, falta de fiscalização frequente e com olhos de ver por parte do IEFP, etc. Na última formação a namorada do meu filho e ele próprio foram escolhidos para estagiar na própria instituição que os formou em Técnicos de Multimédia e Web Design com o objectivo de fazerem um trabalho publicitário da instituição que, por sinal, também é uma universidade privada lá para os lados de Valadares. Como não havia programas completos tiveram que trabalhar com DEMOS do Premiere e do Flash, mas enquanto se tratou da edição do trabalho promocional no computador tudo funcionou bem, mas ao tentar converter o documento para um formato de vídeo o programa bloqueava sistematicamente a conversão!
Pois não houve uma alma naquela instituição que tivesse mostrado competência suficiente para ajudá-los a resolver o problema e fazer com que o seu trabalho tivesse tido o devido e merecido sucesso! Mais, na tentativa de terminar o trabalho, até porque também lhes interessava para constituírem o seu portfolio, os dois andaram para lá a correr mais de dois meses depois do estágio ter terminado sem qualquer tipo de apoio e ou remuneração! Ora se eles estavam a estagiar seria de supor que haveria alguém capaz de os orientar e ajudar a resolver os problemas relacionados com o trabalho! E é claro, está bom de ver que depois disso ficaram ambos desempregados e sem poderem mostrar esse trabalho quando candidatos a emprego! O que lhes valeu foi que lhes passaram o diploma com suficiente senão teria caído o carmo e a trindade!
Mais uma vez repito que é preciso exigir-se muito mais responsabilidade e meios à altura às entidades formadoras com fiscalização frequente e, claro, com olhos de ver! A exigência de exames finais seria também uma medida, bem assim como a obrigatoriedade de um número mínimo passar nos exames de tal modo que nos diplomas conste para além da costumada “frequência com aproveitamento” a nota final que o formando tirou! Mais diria que às entidades formadoras deveria ser proibido terem de antemão uma espécie de bolsa de empresas que lhes absorve os formandos para estágio! Está bom de ver que assim a maior parte dos estagiários não pode ficar naquelas empresas! Se uns atrás dos outros vão para lá a empresa não os pode contratar todos e ou até nenhum! Julgo que a formação com estágio incluído deveria garantir um número mínimo de empregos! Até agora esta trapaça à vista de todos tem sido dominada sem grande controlo por uma espécie da máfia da formação onde os formandos raramente passam de meros paus-de-cabeleira para essas entidades se encherem de dinheiro! E, como leram, não sou só eu a dizê-lo!
A cada passo aparecem nos jornais anúncios de firmas de artes gráficas e publicidade e possivelmente outras para as quais não ando atento que oferecem “estágios curriculares”
de três a seis meses sem qualquer tipo de remuneração ou apoio! Ora, no meu entender, isto é indigno! Um aluno do ensino superior depois de acabar o seu curso precisa de organizar a sua vida e não continuar dependente dos seus pais para fazer mais uns tantos estágios curriculares para, depois, se for preciso, ficar na mesma desempregado! É que nem hipóteses de emprego aos melhores são oferecidas nos anúncios! Porém, infelizmente há muito quem aceite essa humilhação para ter a oportunidade de praticar um pouco! Mas, por exemplo a Pinguim Design, onde um colega do meu filho, bacharel do ESAD, andou 6 meses em estágio, aqui há já uns meses largos e depois disso começou a preterir os das privadas exigindo que tivessem tirado o seu curso na FBUP! Os pais dos alunos das privadas pagam um balúrdio de propinas, dos seus impostos sai dinheiro para pagar também os cursos daqueles que andam no ensino superior público e ainda por cima, até na miséria dos estágios os do público são os preferidos! Mas afinal qual será o defeito real do ensino superior nas universidades privadas para tal acontecer? Mas a injustiça ainda é maior quando nós sabemos que no superior público entram mais alunos ricos do que nas privadas! Quem o afirma é o Bastonário da Ordem dos Engenheiros, Fernando Santo, não sou eu e fá-lo para o J.N.. E mais esclarece que as famílias de maiores recursos mandam os seus filhos para os colégios onde é mais fácil obter notas altas na fase prévia à entrada no ensino superior! E porquê? Porque as notas dos exames de acesso às faculdades apenas contam em 30% para a média global! Logo os do secundário público são na sua maioria prejudicados pelo próprio sistema! E conclui que isto é a inversão total do sistema baseado numa forma de vender facilidades!
Acho que os estágios curriculares deveriam ser sim até obrigatórios, se possível, mas dentro do respectivo curso, durante o ano lectivo ou nas férias, com nota de aproveitamento passível de influenciar a nota final do ano lectivo respectivo! Muita firma vai assim preenchendo os seus quadros tendo gente formada a trabalhar gratuitamente enquanto os que precisam urgentemente de ganhar a vida e se não submetem a tal vexame ficam no desemprego, sem a possibilidade de praticar e de ganhar a tal experiência que todas as firmas normalmente exigem como condição sine qua non!! É preciso, pois, acabar-se urgentemente com essa falperra dos “estágios curriculares” não remunerados condignamente! É urgente que as PME’s percebam de uma vez que não é com mão de obra barata e ou com “estágios curriculares” não remunerados que vão vingar nesta difícil competição que é a globalização!
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Aprendizagem ao Longo da Vida e Desafios do Emprego
antoniofigueiredo 24/07/06 17:07
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sequeira 27/12/06 22:12
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sequeira 05/01/07 20:01
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sequeira 07/01/07 18:01