sequeira
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Re:Escolas, Professores e Outros Profissionais - 18/12/06 21:12
3.2 – De que formação inicial e contínua precisam os professores nos próximos anos?
Ora aqui está uma pergunta quiçá muito controversa e que dará certamente pano para mangas. Como aluno até ao 7º ano antigo (+/- 1961), como pai que teve de ensinar quase tudo ao seu filho até quase completar o 9º ano, hoje com 32 anos, Designer de Comunicação, que foi orientado para o Técnico Profissional de Artes Gráficas e Industrias do Papel a partir do 9º. Apreciadas as suas enormes dificuldades em Matemática e Física irregularmente dadas como se do ensino normal se tratasse e que de nada lhe serviram no seu curso superior, ao contrário de Inglês e Francês porque lhe mandavam estudar por livros escritos nessas línguas. Como aluno nocturno do Curso de Línguas e Secretariado, no ISCAP, onde fiquei pelo 3º ano revoltado contra a Estenografia de Línguas, tentarei ajudar construtivamente no que se me oferecer sugerir.
Em primeiro lugar não me cabe na cabeça que possa haver professores a dar aulas sem terem os seus cursos superiores acabados. Depois julgo que devem os seus estudos ser complementados com formação pedagógica e psicologia aplicada ao ensino. Devem também ser sujeitos a um estágio remunerado durante um mínimo de um ano lectivo sob orientação de um mestre com muita experiência no ensino da ou das disciplinas para as quais o estagiário/a foi designado/a e com saber mais que comprovado.
Devem também os professores ficar colocados no mínimo 3 a 4 anos numa mesma escola para que alunos e pais se familiarizem com o professor e haja uma constância no método e no esquema de ensino.
Hoje em dia a navegação na Internet é indispensável como ferramenta e cada professor nas suas áreas específicas deve orientar os alunos a tirarem o máximo proveito no mínimo tempo e ajudá-los também a entender que se não devem perder e ou viciar nos jogos, preveni-los contra os perigos dos chats, etc. No meu entender a Internet, porque não tem controlo, muito mais do que a TV, serve para construir, mas pode ser um rápido caminho para destruir! Há matérias cujos saberes estão constantemente em evolução pelo que penso ser dever dos reitores e ou administradores das escolas fomentar cursos de actualização, a ida a conferências dadas por cientistas de renome, debates, etc. No meu entender, tal como os médicos, os engenheiros, os técnicos das TI, ao professores não se podem deixar cristalizar depois do seu curso tirado e de iniciada a sua carreira no ensino. Ser professor implica uma missão de muita responsabilidade de que os professores se não podem distanciar que é a de formar e ensinar os homens de amanhã que governarão este nosso país, que estarão a gerir as nossas empresas, a dar por sua vez aulas, a construir pontes, a tratar da nossa saúde e da nossa segurança, etc. Também entendo que para subirem nas suas carreiras, além de mérito comprovado pelos resultados, o professor se deve sujeitar a concursos sérios onde se revelarão os melhores! O futuro do nosso país tem que vir a ser melhor e a educação dos nossos filhos e netos requer excelência pelo que os educadores também terão que ser excelentes! As nossas crianças são, na sua maioria, no mínimo de inteligência média e não podem ser mais apontadas como as culpadas, mas muito mais como vítimas do sistema! Isso é injusto e é desumano.
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sequeira
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Re:Escolas, Professores e Outros Profissionais - 18/12/06 21:12
3.3 – Que organização escolar poderá melhorar o processo educativo?
Nesta pergunta confesso as minhas limitações porque está certamente muito fora do meu âmbito de abrangência. Mas talvez possa tentar dizer que tem de haver forte respeito pelas hierarquias sem que isso possa e ou deva inibir o diálogo e o trabalho de equipe pois que é suposto que numa escola todos devam trabalhar com um objectivo que é ensinar o melhor possível os alunos. Tem certamente que haver também grande disciplina e ao mesmo tempo um espírito de entreajuda em que o contributo de todos seja considerado fundamental! A pontualidade e a assiduidade deve ser exemplar para os alunos, devendo ser previamente traçados os objectivos a atingir. O programa de cada livro deve ser dado na íntegra para que os alunos não passem consecutivamente de ano com parte da matéria por concluir. Uma das coisas que mais me enraivecia na condição de pai de um aluno do preparatório era que o meu filho raramente acabava a álgebra e quase nunca dava geometria. Foi sempre algo que ultrapassou a minha capacidade de compreensão! Finalmente urge que os professores não tenham medo de chumbar ainda que saibam de antemão que o aluno vai abandonar o ensino no 9º ano. Mesmo nessas circunstancias ele/a vai precisar de todo o saber que puder adquirir para o seu quotidiano posterior.
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sequeira
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Re:Escolas, Professores e Outros Profissionais - 18/12/06 22:12
3.4 – Que tipo de autonomia e que mecanismos de responsabilização devem ser postos em prática nas escolas?
Depois de se ponderar o factor comunidades locais mais ou menos favoráveis e posto que seja em funcionamento o serviço de apoio social e psicológico acho que ao professor deve ser dada alguma autonomia para que encontre o melhor caminho para obter bons resultados advindo-lhe daí, necessariamente, também uma maior responsabilidade no cumprimento dos objectivos.
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jafundo
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Re:Escolas, Professores e Outros Profissionais - 19/12/06 12:12
Individualismo tradicionalista? Geração rasca? Pela Pátria? Endurecer o ensino?
Caro Sequeira, está a anos luz das soluções mas não lhe exijo que compreenda porquê. Não é fácil encontrar o caminho no meio do barulho. Tapar os ouvidos e abanar a cabeça em negação também não representa qualquer tipo de atitude. Mas deixe-me que lhe diga que as suas dissertações sobre rasquices e outras aventuras pouco ou nada acrescentam para além do característico ruído irritante do pseudo-intelectual "tradicionalista" e narciso.
Nunca ninguém disse que era fácil e acredite que esta geração lhe pode ensinar muitas coisas...
j a f
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sequeira
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Re:Escolas, Professores e Outros Profissionais - 19/12/06 21:12
3.5 – Que podem (e vão) as comunidades locais fazer mais pelas suas escolas?
Ora aqui está uma pergunta muito interessante a ser posta sobretudo às comissões de pais e aos poderes públicos locais. O cidadão isoladamente não poderá, quero crer, uma perspectiva muito aguda da situação por estar um pouco fora do seu contexto quotidiano, mas poderá certamente sugerir e ou, no mínimo, especular um pouco sobre o assunto ainda que as suas ideias possam parecer um tanto utópicas. No meu entender, por exemplo, pode ser utilizado o voluntariado para fomentar uma maior segurança nas escolas desde que devidamente organizado em colaboração directa entre escolas e poderes públicos locais. Para alunos mais carenciados e ou vivendo longe das escolas os poderes públicos locais deveriam assegurar transportes. Tanto quanto possível nas escolas deveria haver p. almoço, almoço e lanche a preços acessíveis para todos e quiçá gratuitos para os mais pobres ainda que o serviço tivesse que ser móvel. Entendo também que os poderes públicos e o M.E. se devem entender no intuito de que nas escolas funcione um serviço social de apoio a alunos e famílias e acompanhamento psicológico de situações mais graves. Para além disso haverá que motivar os cidadãos para a solidariedade para com as crianças mais carentes de tal modo que lhes não faltassem os livros, nem as roupas, nem até os medicamentos mais básicos.
Agora se as comunidades locais vão fazer isto, ou muito mais e melhor não me compete afirmá-lo, mas sugerir que as direcções das escolas em colaboração com as comissões de pais solicitem o apoio do poder público local que assim captará mais votos!
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Quiron
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Re:Pessoas que se comportam eticamente são mais ra - 20/12/06 11:12
Mozart não é considerado pela sua inteligência?!
Pelo contrário: o que eu sempre tenho visto escrito é que Mozart, juntamente com Newton e Leonardo da Vinci, são hoje considerados os seres humanos mais inteligentes de sempre.
Não sei como é que os psocólogos avaliam o QI de pessoas que já morreram, mas os números que tenho visto apontados para estas três figuras oscilam entre os 180 e os 190 pontos.
Posto isto, não digo que a «inteligência emocional» e a «inteligência volitiva» não sejam importantes na «formação integral» da pessoa. Dgo, sim, que esta formação integral não deve competir à escola, e isto por uma razão análoga à que estabelece a separação de poderes em matéria de governação: do mesmo modo que um Estado que concentrasse no mesmo órgão os poderes executivo, legislativo e judicial seria totalitário, assim será necessariamente totalitária a escola que concentre em si a formação integral dos alunos.
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